Diferente da decisão tomada pelos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) na capital, a maioria dos docentes das unidades acadêmicas localizadas fora da sede decidiu manter a greve, principalmente em virtude das condições de trabalho enfrentadas pela categoria no interior, onde o sucateamento da universidade é potencializado.
Em Assembleia Geral (AG) realizada na tarde desta quinta-feira (13), os professores da Ufam em Coari aprovaram a continuidade do movimento paredista. Ao todo, foram 16 votos pela manutenção, sete pela suspensão e houve ainda quatro abstenções. O encontro teve ainda a participação de 74 estudantes e dois técnicos administrativos.
“A postura do governo federal, representado pelos interlocutores dos Ministérios da Educação e do Planejamento, foi irresponsável, ao desconsiderar a proposta protocolada pelo Sindicato Nacional e as condições de trabalho que, para o caso do interior, exige uma postura ainda mais diferenciada”, afirmou um dos representantes do Comando Local de Greve (CLG) de Coari, professor Charles Falcão.
Por conta da manutenção da greve, a comunidade acadêmica de Coari promove na tarde desta sexta-feira (14) um ato público unificado. A passeata deve sair da sede do Instituto de Saúde e Biotecnologia e encerrar no centro do município. Na próxima segunda (17), os professores devem apresentar o calendário de atividades da semana.
 A decisão de continuidade da paralisação também foi tomada pela categoria em Itacoatiara, o primeiro CLG a realizar AG nesta semana. A manutenção da greve teve 16 votos favoráveis, cinco contrários e quatro abstenções.
Já em Humaitá, a manutenção da greve foi aprovada em AG no último dia 4, com 13 votos a favor da continuidade, sete contrários e sete abstenções. Mesmo assim, a categoria voltou a se encontrar nesta quinta-feira (13), em Assembleia, para retomar as discussões sobre a pauta local, que inclui temas desde problemas infraestruturais a acervo bibliográfico escasso.
“Enviamos a nossa pauta local tanto à reitoria da Universidade quanto à direção da unidade acadêmica”, disse a representante do CLG de Humaitá, Elis Regina Alves, acrescentando que a categoria ainda não obteve respostas ao conjunto de questões encaminhadas.
A professora também reforçou que, apesar da última AG decidir pela manutenção da greve, os docentes do Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente aguardam o resultado geral das assembleias realizadas em todos os campi da Ufam, para tomar os encaminhamentos a respeito do movimento paredista. “Se a maioria optar pela suspensão, vamos acatar a decisão, claro”, assegurou.
Fim da Greve
A AG de Parintins, realizada também nesta quinta-feira (13), indicou o fim da greve a partir da próxima segunda-feira (17). Foram 22 votos favoráveis, oito votos contrários e três abstenções. No início da próxima semana, os professores do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia realizarão nova AG para discutir o retorno das atividades. O encontro é dia 17, a partir das15h.
“Se decidirmos por recomeçar as aulas na próxima terça-feira, dia 18, muitos alunos serão prejudicados, já que a maioria não mora em Parintins, mas em outros municípios e áreas rurais”, informou o integrante do CLG, professor Lucas Milhomens, destacando a preocupação da categoria com os estudantes. Naquele município, uma das alternativas levantadas pelos professores é que as aulas recomecem somente no dia 24, para que haja tempo para o retorno dos universitários, sem prejuízos.
Em Benjamin Constant, os docentes decidiram na AG, realizada na tarde desta quinta-feira, pela suspensão da greve. Segundo a professora Jarliane Ferreira, foram 14 votos a favor da suspensão, três contra e seis abstenções. No total, 21 docentes do campus de Benjamin Constant participaram da assembleia. "Na próxima quinta-feira vamos fazer uma avaliação, mas os indicativos para retorno das atividades acadêmicas são dia 17 e volta às aulas, 24", afirmou.
Fonte: Adua |
