Após o anúncio de Bolsonaro de reduzir pela metade o auxílio emergencial, as centrais sindicais brasileiras emitiram uma nota conjunta, para pressionar o Congresso Nacional a não aprovar a medida. O governo federal anunciou, na terça-feira (01/09), que quer reduzir o valor do auxílio de R$ 600 para R$ 300.
Desde o início da crise sanitária do Covid-19, as centrais sindicais propuseram a atuação coordenada do Estado (União, estados e municípios) e medidas para a proteção dos/as trabalhadores/as. “No início de março, apresentamos ao Congresso Nacional a proposta de um abono Emergencial para proteger os mais vulneráveis”, citam os dirigentes na nota.
O documento destaca, ainda, que o movimento sindical “provou que era necessário e possível, e o Congresso aprovou um auxílio emergencial de R$ 600, e de R$ 1.200, para as mães solo.
As centrais sindicais defendem que o Congresso Nacional prorrogue até dezembro o auxílio emergencial de R$ 600. “Consideramos fundamental que os parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal qualifiquem o debate deliberativo sensibilizando todo o parlamento para a relevância da renovação desse benefício”, afirmam na nota.
Leia o documento na íntegra:
Nenhum real a menos
Centrais Sindicais propõem auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro
Começa já a pressão sobre o Congresso Nacional contra a medida do governo Bolsonaro que reduz o abono a R$ 300
As Centrais Sindicais propuseram, desde o início da crise sanitária do Covid-19, a atuação coordenada do Estado (União, estados e municípios) e medidas para a proteção dos/as trabalhadores/as.
No início de março, apresentamos ao Congresso Nacional a proposta de um Abono Emergencial para proteger os/as trabalhadores/as mais vulneráveis, que trabalham por conta-própria ou como autônomos, os/as assalariados/as sem registro em carteira, trabalhadoras/es domésticas e todos/as que dependem dos programas de transferências de renda. Apresentamos também propostas para a proteção das empresas e dos empregos dos/as assalariados/as que sofreram os impactos do isolamento social.
Provamos que era necessário e possível, e o Congresso aprovou um Auxílio Emergencial de R$ 600,00, sendo ainda devido um Auxílio de R$ 1.200,00 para a mãe chefe de família. Essa medida beneficiou mais de 65 milhões de pessoas, impedindo que caíssem na pobreza, criando uma proteção econômica efetiva para as famílias mais vulneráveis, bem como ajudou a sustentar o consumo de bens e serviços essenciais, em especial nas regiões mais pobres do país.
Considerando que os impactos sociais e econômicos da crise sanitária já se se provam muito mais longos do que os inicialmente prospectados, com efeitos dramáticos sobre os empregos e as ocupações, bem como sobre as empresas e a dinâmica econômica, consideramos essencial que as inciativas continuem no sentido de sustentar a renda das pessoas e famílias, estendendo os efeitos positivos de proteção social e de manutenção da demanda das famílias.
Por tudo isso, as Centrais Sindicais rejeitam a medida anunciada nesta terça-feira (1º) pelo governo que reduz à metade o valor do auxílio emergencial; propõem e defendem que o Congresso Nacional prorrogue até dezembro o benefício do Auxílio Emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso e para o mesmo universo de pessoas credenciadas que ainda necessitam do benefício.
Consideramos fundamental que os parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal qualifiquem o debate deliberativo sensibilizando todo o parlamento para a relevância da renovação desse benefício.
São Paulo, 01 de setembro de 2020
Atnágoras Lopes – Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas
Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
Álvaro Egea – Secretário geral da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
Ubiraci Dantas Oliveira – Presidente da CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
Nilza Pereira de Almeida – Secretaria de Finanças – Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Emanuel Melato – Coordenação da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
José Gozze – Presidente – Pública Central do Servidor
Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA
|