Em entrevista coletiva concedida à imprensa de Manaus, na manhã desta segunda-feira (20), os docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) afirmaram que irão manter a greve, que completou três meses no último dia 17. Os professores informaram ainda que foram assegurados pela reitoria da universidade que não sofrerão “corte no ponto” como impôs o Comunicado Geral do Ministério do Planejamento, enviado na segunda-feira (13). Sobre as atividades de pós-graduação da instituição, os docentes reiteraram que o Comitê de Ética e Essencialidade do Comando Local de Greve (CLG) da Ufam continua recebendo os pedidos de análise sobre qualquer atividade relacionada ao ensino, pesquisa e extensão.
O principal motivo apresentado pelos professores para a continuação do movimento é a falta de atendimento do governo federal às reivindicações dos professores. “Nas duas propostas que apresentou, o governo ignorou nossas reivindicações de reestruturação da carreira e de melhores condições de trabalho e as reduziu para uma questão de reajuste salarial”, explicou o presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua) e Coordenador do CLG, Antônio Neto. Para trazer o governo de volta à mesa de negociações, os professores afirmaram que estão dispostos a flexibilizar os percentuais do reajuste. “O valor do piso para professores graduados, que cumprem 20 horas, seria alterado para R$ 2.018,77, e o percentual de passagem dos níveis, os chamados ‘steps’, caíram de 5% para 4%, desta forma, a reestruturação que propomos projeta a malha salarial entre o piso e o teto propostos pelo governo”, disse.
Sobre a decisão intransigente do governo federal de “cortar o ponto” dos professores em greve, os docentes informaram que foram assegurados, na última sexta-feira (17), pela reitora da Ufam, Márcia Perales, que isso não ocorrerá. “Após realizar uma reunião com o Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior), a reitora se reuniu com o CLG para informar que não há perigo de haver ‘corte no ponto’ dos professores em greve”, afirmou. O Ministério do Planejamento enviou na segunda-feira (13) um Comunicado Geral aos órgãos reiterando a orientação para efetuar o "corte do ponto" referente aos dias parados, tendo como justificativa “falta por greve”. A pressão do Poder Executivo tem em vista a proximidade do fechamento da folha de pagamento de agosto.
Em relação aos cursos de pós-graduação da Ufam, o integrante do Comitê de Ética e Essencialidade, Marcelo Vallina, reiterou que o CLG continua recebendo os pedidos de análise sobre quaisquer atividades relacionadas à universidade. “Desde o início da greve, já recebemos cerca de 180 pedidos de análise, incluindo atividades ligadas à pós-graduação, são deferidas as consideradas essenciais como às relacionadas à comunidade ou as que ao serem paralisadas podem trazer risco à segurança ou a saúde”, disse. Os pedidos de análise podem ser encaminhados ao Comitê de Essencialidade do CLG para o e-mail: clg.essencialidade@gmail.com.
Fonte: Adua |