O arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, manifestou, na tarde desta sexta-feira (10), apoio à greve dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O pronunciamento foi feito durante visita do Comando Local de Greve (CLG) dos docentes da instituição à residência episcopal.
“Há algum tempo a universidade pública vem passando por um processo de perda de qualidade. Por vários motivos, sobretudo econômicos, se deixou a universidade em segundo plano e hoje aparecem as conseqüências sérias: falta de infraestrutura, número de professores insuficiente, salários que não correspondem ao trabalho que esses profissionais realizam”, afirmou Dom Luiz Soares.
O líder da igreja católica de Manaus manteve apoio ainda à defesa do ensino público de qualidade. “Não é porque o ensino é gratuito que deve ser sem condições ou de baixa qualidade. Aquilo que as universidades privadas têm, porque cobram dos alunos, a universidade pública deve ter também”, disse, acrescentando que a sociedade precisa conhecer melhor o problema pelo qual passam as universidade públicas brasileiras.
Para contribuir com a desmistificação da ideia de que professor é bem remunerado e que terá aumento salarial de até 45%, conforme anúncio alardeado pelo governo federal, o arcebispo se comprometeu a enviar informações sobre a greve dos docentes à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na tentativa de buscar apoio da instituição à paralisação em nível nacional.
Em âmbito local, Dom Luiz deve orientar os padres da Arquidiocese de Manaus para que deem conhecimento da situação das universidades, por meio dos espaços que a instituição ocupa na capital. “A Igreja sempre esteve ao lado dos direitos sociais, entre eles a educação. Nós estamos dispostos a apoiar e vamos aguardar as informações, para que possamos tomar algumas medidas”, reafirmou.
Conforme a integrante do CLG, professora Roberta Andrade, o apoio da igreja católica é fundamental para a intensificação do movimento paredista. “Nós temos procurado aprofundar a greve e obter apoio de instituições que historicamente têm defendido os direitos, a exemplo da Igreja Católica, por intermédio da CNBB, que sempre se posicionou favorável à questão da educação”, destacou, ressaltando que a greve da categoria não é “em causa própria, mas em defesa da educação pública de qualidade”.
Fonte: Adua |