Em greve há quase 80 dias, os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) realizam nesta sexta-feira (3) mais uma Assembleia Geral (AG). O evento terá início às 15h, no auditório da sede da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), no Campus Universitário. O objetivo é avaliar o resultado da reunião entre os representantes dos ministérios da Educação (MEC) e do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e os integrantes do Comando Nacional de Greve (CNG) do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que ocorreu na noite da última quarta-feira (1º).
Os integrantes do Comando Local de Greve (CLG) da Ufam adiantam que a assinatura do acordo entre o governo e a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), ocorrida na quarta (1), não representa a decisão da maioria dos professores em greve em todo o País. Com isso, os docentes reforçam que a paralisação nacional continua. No entendimento dos professores, a ruptura das negociações com a categoria, representada pelo Andes-SN e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), “simboliza a cristalização do modo intransigente com que o governo vem se comportando ao longo de todo o processo de discussão”.
O acordo expõe “o descaso do governo com a educação pública e o desinteresse em resolver os graves problemas que afligem esse setor”. Segundo o coordenador do CLG, Antônio Neto, o Proifes fez um plebiscito em que apenas 3.864 professores paredistas votaram, o que representa 2,3% dos 70 mil docentes que estão em greve em todo o Brasil. “O governo usou essa estratégia para romper a negociação com o Andes e o Sinasefe, duas entidades que deveriam participar dessa discussão por terem maior representatividade, ou seja, o governo federal virou as costas para as nossas propostas”, disse.
A última proposta apresentada pelo governo federal foi rejeitada pelos professores da Ufam na AG realizada na última segunda-feira (30). No entendimento dos professores, o texto mantém a desestruturação da carreira, ignora questões relativas às condições de trabalho e consolida o caráter produtivista da atual carreira dos professores federais. Durante o encontro desta sexta-feira (3), os professores vão repassar os informes das atividades realizadas durante a semana e informar sobre as atividades previstas para a próxima semana, ações que contribuem para o aprofundamento do movimento paredista.
Fonte: Adua |