Com intuito de esclarecer a sociedade sobre os motivos da rejeição à proposta de “reajuste salarial de até 45%”, apresentada pelo governo federal, os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em greve por tempo indeterminado, promovem uma aula pública sobre perdas inflacionárias nesta terça-feira (24), a partir das 15h, na sede da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), no Campus Universitário.
A aula pública, voltada para a comunidade acadêmica, sociedade e imprensa, será ministrada pela administradora Ellen Lindoso, que atua no mercado financeiro há dez anos. A especialista vai expor as “armadilhas” contidas no suposto aumento de 45% apresentado pelo governo federal e amplamente divulgado. Segundo Lindoso, o governo desconsiderou a inflação dos últimos dois anos e a projeção de perdas até 2015. Com isso, o aumento se transformaria em perdas salariais para grande parte da categoria.
De acordo com a administradora, o ganho real até 2015 seria de 9% e somente para os professores que estão no topo da carreira, ou seja, um contingente que hoje representa apenas 10% da categoria em nível nacional. “A imensa maioria dos docentes teria, na verdade, perdas salariais e não ganho real”, afirmou. Conforme levantamento feito pelo Comando Local de Greve (CLG), na Ufam apenas 21 professores, de um total de aproximadamente 1.700, estão no topo da carreira.
Por isso, a proposta do governo federal foi rejeitada massivamente pela categoria em todo o Brasil, em Assembleias Gerais das seções sindicais, realizadas no período de 16 a 20 de julho, conforme balanço divulgado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Na Ufam, a decisão dos professores de recusar a proposta e permanecer em greve foi tomada na última quinta-feira (19).
Fonte: Adua |