Representantes do Comando Local de Greve (CLG) dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) oficializaram, na tarde desta terça-feira (3), a entrega do documento deferindo o pedido de essencialidade da Comissão Permanente de Concursos (Comvest) para realização do Processo Seletivo Macro de Verão (PSMV). O vestibular vai ocorrer nos dias 8 e 9 de julho, nas unidades acadêmicas da Ufam em Itacoatiara, Parintins, Humaitá, Benjamin Constant e Coari, porém com ressalvas apresentadas pela categoria.
A decisão dos docentes, em greve por tempo indeterminado, já havia sido anunciada à imprensa pela manhã, por meio de uma entrevista coletiva realizada na seda da Adua. O presidente da entidade, Antônio Neto, avaliou a manutenção do vestibular como uma oportunidade para expor os motivos da greve também aos candidatos do processo seletivo. “Nós temos autonomia para avaliar aquilo que é importante para a nossa greve, para encaminhar melhor o nosso movimento. E, nesse momento, o melhor caminho é aproveitar a realização do vestibular para entregarmos aos candidatos uma carta contendo os motivos do movimento paredista”, disse.
Para a presidente da Comvest, Ana Lúcia Galotta, a resposta afirmativa do CLG favoreceu os jovens do interior do Amazonas que vão prestar o vestibular neste fim de semana. “A decisão dos professores foi muito racional, pois eles conhecem as dificuldades pelas quais passam as pessoas do interior”, disse, acrescentando que parte dos mais de quatro mil candidatos às vagas da Ufam fora da capital já deve estar em deslocamento para a sede dos municípios onde serão aplicadas as provas.
Diferente dos docentes, os técnicos administrativos em educação da Ufam votaram, em assembleia geral realizada após a coletiva de imprensa, pela suspensão do vestibular. “A proposta do Comando Local Unificado de Greve, contendo ressalvas para a realização do vestibular, gerou muita insatisfação para a maioria dos técnicos. Por isso, a categoria deliberou por não avalizar a decisão dos professores”, disse a coordenadora de Comunicação e Formação Sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Crizolda de Araújo.
A presidente da Comvest, Ana Lúcia Galotta, disse que vai aguardar a manifestação oficial do Sintesam para tomar as medidas necessárias para assegurar a realização do vestibular. “Vou aguardar o documento deles [técnicos], para poder comunicar à reitoria da decisão”, afirmou.
Essencialidade
A Comissão de Ética e Essencialidade do CLG aprovou a manutenção do vestibular com as seguintes condições: que, antes do início das provas, o fiscal de sala faça a leitura pública da carta de esclarecimento sobre os reais motivos da greve; que os candidatos sejam convidados a assinar um abaixo assinado, requerendo agilidade do governo federal na negociação com os trabalhadores federais em greve; e que não seja homologado e divulgado o resultado final do processo seletivo antes do término da greve.
Após a participação no processo seletivo, os candidatos também receberão cópias da carta de esclarecimento, que serão entregues por um membro do Comando Local de Greve, em cada município.
Fonte: Adua |