COMANDO LOCAL DE GREVE DOS DOCENTES DA UFAM
NOTA PÚBLICA
Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 17 de maio do corrente ano. Esta greve é nacional e já atinge 57 instituições federais de ensino superior (Ifes).
A decisão da Assembleia Geral dos professores da Ufam foi a de suspender todas as atividades acadêmicas, incluindo o ensino, a pesquisa e a extensão, a partir daquela data. Esta posição foi democraticamente discutida e referendada pelo Conselho Universitário (Consuni), em reunião realizada no dia 29 de maio, com uma moção de apoio à greve.
Nossa greve é pela conquista de uma carreira docente que potencialize a dedicação exclusiva, incentive a titulação e valorize o magistério. É também uma luta por melhoria salarial, melhores condições de trabalho e, principalmente, em defesa da universidade pública, gratuita, autônoma, de qualidade e socialmente referenciada.
Em assembleia de greve, os professores deliberaram pela suspensão das atividades docentes do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), por entenderem que é uma atividade de ensino e que todos os alunos são estudantes de uma mesma universidade, não existindo duas universidades, a do ensino regular e a dos programas especiais.
Na discussão também foi evidenciado que o plano tem problemas que precisam ser resolvidos, quais sejam:
• Os alunos precisam de apoio para manter-se no período letivo;
• As prefeituras, em contrapartida, precisam manter a infraestrutura dos cursos nos locais onde são ministradas as aulas;
• O plano carece de bibliotecas, o que compromete a qualidade do ensino;
• Não há processo de avaliação docente;
• Muitos professores que ministram aulas não pertencem ao quadro da Ufam, sendo credenciados para ministrar disciplinas, sem nenhum acompanhamento;
• Os processos de credenciamento, muitas vezes, não são discutidos nas instâncias colegiadas da Universidade.
Os problemas hoje experimentados por aqueles envolvidos no Parfor não foram desencadeados pela greve. Ela apenas os está explicitando e colocando como objeto para o debate público. Não admitimos, portanto, que se atribua ao movimento grevista eventuais prejuízos decorrentes da paralisação.
Compreendemos que a democracia universitária implica o respeito às decisões dos Colegiados Superiores da nossa Universidade e que é dever dos gestores cumprir os encaminhamentos dos Conselhos Superiores.
Assim sendo, conclamamos os discentes do Parfor, 1ª e 2ª graduações, a apoiarem o movimento grevista que, iniciado pelos professores, hoje inclui os discentes e os técnico-administrativos da Ufam. Os cursos ora suspensos serão reprogramados em seus prazos e voltarão a ser ofertados após a greve.
Nossa luta é, acima de tudo, por uma Universidade Pública, Gratuita, Autônoma, de Qualidade e Socialmente referenciada!
Nossa força é proporcional à nossa capacidade de converter as críticas ao modo como vem sendo conduzidos planos como o Parfor em ação transformadora!
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