Há mais de três meses o Brasil enfrenta a pandemia do novo coronavírus com o governo Jair Bolsonaro ditando uma política criminosa e genocida. Desde o início da grave crise humanitária, o presidente minimiza a Covid-19 como “gripezinha”, tenta ocultar os milhares de mortos e o alto número de contaminados. Enquanto isso, o país alcança o segundo no ranking de contaminados e mortos, ficando atrás somente dos Estados Unidos, com mais de 1,5 milhão de infectados e 61 mil mortos.
“No Brasil, devido à política criminosa e genocida do governo Bolsonaro e de governadores e prefeitos que são cúmplices, o número de infectados e de pessoas que perderam suas vidas só aumenta. A maioria da população que morre é a classe trabalhadora e a população pobre que mora nas periferias”, avalia a trabalhadora da saúde Rosália Fernandes, que também integra a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Caos na saúde
Em relatório divulgado em 12 de junho, o Ministério da Saúde revelou a morte de 169 trabalhadores do setor. Ainda de acordo com o mesmo levantamento, dos 432.668 profissionais testados, mais de 83 mil foram detectados com a doença. Em comparação com maio, em que foram registrados 31.790 trabalhadores infectados, o número mais do que dobrou.
Esse levantamento aponta que os trabalhadores do setor de enfermagem são os que mais morrem em decorrência da doença e representam 25% dos óbitos, seguidos dos médicos que representam 11% de falecimentos. Números que superam a marca de países como Estados Unidos, que é o mais atingido pela pandemia.
Com curva de contágio em alta, sobrecarga nos hospitais em todo o país, os trabalhadores da saúde estão em exaustão, adoecendo ou morrendo. Dados do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) apontam que, até o dia 29 de junho, quase 22 mil trabalhadores do setor de enfermagem tinham sido contaminados com a Covid-19, com 220 mortos.
“A situação dos profissionais de saúde é gritante, não existe equipamento de proteção individual em quantidade e qualidade. Condições de repouso precárias, alimentação e direitos trabalhistas não estão sendo respeitados”, aponta Rosalia.
A CSP-Conlutas segue com a campanha em defesa da vida desses trabalhadores que estão na linha de frente. Reafirma a exigência de testes em massa para os trabalhadores da saúde, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em quantidade suficientes e de qualidade para todos. A Central apresentou um programa com 16 medidas para a área da saúde, elaborado por trabalhadores do setor que enfrentam os problemas no dia a dia dos hospitais e unidades de saúde.
Flexibilização prematura
Esse caos ocorre em meio ao anúncio da reabertura e flexibilização da quarenta no estado, prevista para 1° de julho. “Os Estados seguem o mesmo ritmo, porque a tem a mesma política, que é colocar a economia, o lucro das empresas e do comércio em detrimento da vida”, argumenta Rosália.
Mesmo com números de contágio e mortes em alta, governos anunciam a reabertura do comércio e atividades pelo país. “São Paulo é um exemplo claro dessa falta de compromisso com a vida. Após uma semana em que se falava sobre decretar lockdown por pressão da população, vieram os empresários que são parte do sistema capitalista, pressionaram governador e o prefeito, que não têm compromisso com a população, inverteram a discussão e abriram a cidade para que as pessoas voltem ao trabalhado enfrentando ônibus, trens e metrôs lotados, passando a correr mais riscos”, denunciou Valdomiro Marques, coordenador do Fórum de Saúde dos Trabalhadores de São Paulo, que atua como técnico em segurança do trabalho no Hospital José Soares Hungria, em Pirituba (SP).
Valdomiro alerta para essa inversão de prioridades em nome do lucro e não da vida. “Os bancos receberam a quantia de 1,3 trilhão de reais durante a pandemia, mas qual empresa pequena ou trabalhador desempregado conseguiu parte desses recursos entregues aos bancos?”, questionou.
Fora Bolsonaro!
No próximo dia 10 de julho, a CSP-Conlutas junto a outras entidades da sociedade estará participando de ações conjuntas que tem como reivindicação principal o Fora Bolsonaro, impeachment já! A Central participará e reafirmará sua política e campanha permanente pelo Fora já Bolsonaro e Mourão e com a defesa pelos 30 dias de quarentena geral para todos os trabalhadores.
Fontes: CSP-Conlutas e G1 Amazonas
|