Professores e técnicos administrativos das unidades do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) em Manaus vão entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira (25). A decisão da categoria foi tomada nesta quarta (20), em Assembleia Geral que reuniu 115 servidores, na sede do Campus Centro. Nenhum dos participantes se manifestou contrário à greve, em uma votação que teve apenas uma abstenção.
Com a decisão, os trabalhadores fortalecem ainda mais a paralisação do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que começou no último dia 13. Até o momento, docentes e técnicos-administrativos de 151 campi dos institutos federais de ensino profissionalizante estão com atividades paralisadas.
De acordo com o professor do Campus Zona Leste e integrante do Comando de Greve do Ifam, Denis Pereira, além do reajuste emergencial, entram na pauta de reivindicação da categoria a reestruturação de carreira docente e do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), a aplicação imediata de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais.
“O Ifam Amazonas não pode ficar de fora desse movimento que ocorre nacionalmente, pela reestrutura da carreira docente e dos técnicos-administrativos”, disse Pereira, acrescentando que “a decisão dos servidores tende a consolidar a luta” local em defesa do ensino superior público e de qualidade, fazendo referencia à greve dos docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Especificamente – e com motivos similares da Ufam –, os professores do Ifam lutam também por melhores condições de trabalho e infraestrutura. “A política de expansão do Instituto para o interior e a abertura de mais vagas não veio acompanhada de infraestrutura adequada para atender a essa demanda”, afirmou. Segundo o docente, faltam salas, laboratórios e recursos humanos.
O professor acrescentou ainda que o Comando pretende organizar um calendário de greve para a próxima semana que contemple a articulação com as unidades do interior, para que o movimento se expanda para fora da capital. “Na Assembleia de hoje [20 de junho] tivemos apenas um representante de Parintins”, alegou. Conforme Pereira, a falta de representatividade de servidores impede a deflagração da greve no interior a partir de segunda (25).
Greve conjunta
A decisão dos servidores do Ifam fortalece a proposta de uma greve conjunta do setor da educação no Amazonas. “Vamos manter contato para continuar fortalecendo o movimento em favor da educação pública de qualidade”, disse o presidente da Adua, Antônio Neto.
Dois integrantes do Comando Local de Greve (CLG) da Ufam, os professores Alcimar de Oliveira e Ana Lúcia Gomes, acompanharam a Assembleia Geral do Ifam.
Fonte: Adua |