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Professores da Ufam irão às ruas na próxima semana



Os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em greve por tempo indeterminado, devem intensificar as atividades de rua a partir da próxima semana, para conquistar, cada vez mais, apoio da população na luta em defesa da universidade pública, gratuita e socialmente referenciada. Neste sábado (17), a paralisação, que já atinge 55 Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) – entre as quais 50 universidades – completa um mês.

A programação será definida nesta sexta-feira (15), a partir das 14h, durante a reunião do Comando Local de Greve (CLG). A organização de ações públicas, aprovada em Assembleia Geral nesta quinta-feira (14), é uma das formas encontradas pelos docentes para refutar a tentativa do governo de desmobilizar a categoria e ainda rebater a desinformação provocada pelos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e da Educação (MEC), de que a greve terá fim na próxima terça-feira.

No dia 19, os representantes do governo prometeram apresentar um esboço de um novo plano de carreira para os professores federais, em reunião com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e demais entidades do setor da educação. Conforme o presidente da Associação dos Docentes da Ufam (Adua), Antônio Neto, essa é a retomada do processo de negociação, que não se esgotará nessa data. “É possível sim conquistar a proposta apresentada pela categoria e protocolada no MEC, mas até lá o movimento se manterá firme na conquista por melhores condições de trabalho”, disse.

Na avaliação do integrante do CLG, professor Marcelo Seráfico, “o governo recuou, mas está tentando avançar”, sem criar condições para o debate sobre a universidade de qualidade. “O governo vai colocar várias armadilhas para nos desmobilizar”, alertou o docente, citando o recente caso da criação, por parte do MEC, de 128 vagas para o curso de Medicina na Ufam, sendo 80 vagas para a unidade acadêmica de Coari e outras 48 para o Campus de Manaus. “Sem que a universidade tenha condições de atender a essa demanda”, afirmou.

Essa “transferência” de responsabilidade, imposta pelo governo federal, quando cria vagas, mas não abre concurso para professores, nem oferece infraestrutura e condições básicas para o ensino, é justamente contrária ao conceito de universidade proposta pela categoria dos docentes. “Agora é hora de irmos pra cima, pro embate, em resposta à ‘trégua’, pedida pelo governo”, destacou o 2º tesoureiro da Adua, professor Luiz Fábio Paiva.

“O ventre que deu origem à coisa imunda continua fértil”, disse o 1º secretário da Adua, professor José Alcimar, citando o dramaturgo e poeta Bertolt Brecht, em mais uma crítica ao governo federal. “Precisamos manter o ‘centro nervoso’ da nossa luta que são justamente espaços como esse aqui [Assembleia Geral] e demais ambientes de debate no interior da universidade”, completou.

Fonte: Adua



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