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Audiência pública na CMM discute greve das IFES



Professores, técnicos administrativos em educação e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ocuparam, literalmente, o lugar dos parlamentares da Câmara Municipal de Manaus (CMM), durante a audiência pública sobre a greve dos docentes das universidades públicas federais, realizada na tarde desta segunda-feira (11). Nenhum dos 38 vereadores participou da sessão, nem mesmo aqueles que integram a Comissão de Educação da casa legislativa, com exceção do vereador Waldemir José (PT), proponente do debate.

“A nossa intenção é repercutir na Câmara Municipal um grito que se faz ouvir muito forte nas universidades federais, em particular na Ufam: a defesa da educação pública superior e de qualidade”, disse Waldemir, ressaltando que, além dos vereadores, convidou parlamentares amazonenses que representam a unidade federativa no Congresso Nacional.

Entretanto, a ausência dos vereadores não desqualificou a audiência. Ao contrário, docentes, técnicos e alunos reafirmaram a defesa da universidade brasileira, como maior legado institucional brasileiro para a formação não somente de profissionais, mas de cidadãos. “Essa greve transcende – e muito – a luta por uma carreira docente. O movimento é em defesa da universidade. Por isso, deve ter o apoio de todas as categorias e também da sociedade”, afirmou o presidente da Adua e coordenador do CLG, professor Antônio Neto.

De acordo com o docente, o CLG, com apoio das unidades acadêmicas da Ufam, está preparando um dossiê para expor as condições precárias de funcionamento da Ufam. “Esse diagnóstico pretender mostrar as dificuldades que enfrentamos para realizar as atividades de ensino, pesquisa e extensão no interior da Universidade, enquanto que o governo federal adota medidas que privatizam as instituições federais de ensino”, disse.

Saúde

Neto citou como exemplo a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para administrar os Hospitais Universitários (HU’s). “Essa é uma medida nociva ao ensino, à pesquisa e à extensão, pois os HU’s passarão a vender serviços. É o espaço público sendo ocupado pelo privado”, concluiu.

A área de formação em saúde é hoje uma das que mais sofre com a falta de condições infraestruturais e recursos humanos na universidade. “A educação pública está sucateada”, disse o estudante do curso de Medicina da Ufam e integrante do Comando de Greve Estudantil (CGE), Dalmir Camara. O acadêmico criticou a ampliação das oportunidades para o curso, com a criação de mais 128 vagas, publicada na última sexta-feira (8) pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), no Diário Oficial da União (DOU).

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), Carlos Almeida, lembrou que os segmentos da saúde e educação, “lamentavelmente, são tidos como atividades não exclusivas do governo federal” e que por isso padecem de recursos. “Essa luta em defesa da universidade e dos HUs começou a se agravar com o projeto neoliberal do governo Fernando Collor, cujas reformas administrativas praticamente excluíram esses dois setores da política de Estado”, completou.

Fonte: Adua



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