O Comando Local de Greve (CLG) dos docentes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) definiu, na tarde desta terça-feira (5), o calendário de atividades para a próxima semana. Durante esse 20º dia de greve, os professores também avaliaram positivamente as ações realizadas desde o início da paralisação dos professores federais, deflagrada no dia 17 de maio.
Na próxima segunda-feira (11), professores, técnicos e estudantes participarão de uma audiência pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a partir das 14, para tratar sobre a greve dos docentes e a precariedade do ensino na Ufam. Na terça-feira (12), a comunidade acadêmica volta a se encontrar no ‘Bosque da Resistência’ na entrada do Campus Universitário, às 16h, na realização de mais um ato público, com intuito de conquistar, cada vez mais, apoio da sociedade na luta pela educação superior de qualidade.
Já na quinta-feira (14), os docentes fazem nova Assembleia Geral, a partir das 14h, no hall do Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), para discutir os rumos da paralisação e o processo de negociação com o governo. O calendário completo pode ser acessado no site da Adua.
Avaliação
Para o presidente da Adua e coordenador do CLG, Antônio Neto, a paralisação nas universidades públicas federais é reflexo da experiência negativa de professores e de alunos desde que o Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foi implantado, em 2007. “A greve está tão densa por conta da insatisfação geral em relação aos problemas provocados pelo sucateamento da universidade”, afirmou.
Segundo Neto, o movimento deve ganhar mais força com o apoio de outras entidades sindicais. “Se contarmos com os demais servidores públicos federais teremos mais chance de enfrentar esse governo que detém a maior parte da base de parlamentares no Congresso Nacional”, reforçou. Além dos professores, os técnicos administrativos em educação também devem parar. O indicativo de greve da categoria é 11 de maio.
Na avaliação do 2º vice-presidente regional Norte 1 do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Jacob Paiva, a tendência é que a greve se amplie nos próximos dias, com a paralisação de outras categorias. “A partir desse momento, o CLG terá que mexer no ‘tabuleiro’ com muito cuidado, tanto no trato com os professores, para ampliar a mobilização, quanto na negociação com o governo, com intuito de buscar ganhos reais para a educação”, avaliou.
“Essa é uma luta que implica em confronto direto”, completou o professor Luiz Fernando Souza, primeiro representante da Adua no Comando Nacional de Greve (CNG), em Brasília. Para o docente, é preciso ampliar o ‘leque’ de forças em defesa do serviço público federal e contra o que ele chamou de “governo de pacotes”. “Que retira da população para dar aos juros bancários”, completou referindo-se às medidas “emergenciais” do governo Dilma.
Fonte: Adua |