Depois do apoio de estudantes de Serviço Social, Letras Língua Portuguesa e Línguas Estrangeiras, Ciências Sociais, Geografia, Psicologia e Design, a greve dos professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) ganhou reforço dos alunos de Medicina. Em Assembleia Geral realizada na noite desta quarta-feira (23), cerca de 200 alunos votaram pela paralisação das atividades enquanto durar o movimento paredista. Apenas 23 acadêmicos votaram contra a greve. Os discentes aguardam agora posicionamento dos professores do curso, cuja decisão será conhecida após a Assembleia Setorial programada para a próxima segunda-feira (28).
De acordo com o diretor de Assuntos Estudantis do Centro Acadêmico de Medicina, Iuri Matias, a decisão tomada pela categoria vem acrescida de uma ressalva, apontada pelos alunos: a de que as atividades do internato – espécie de estágio que os estudantes finalistas fazem nos hospitais universitários – não deixem de ser realizadas. “A saúde é uma essencialidade. Por isso, o atendimento vai continuar para que a população não seja prejudicada”, afirmou.
Para o presidente da Adua, Antônio Neto, a decisão dos estudantes de Medicina é histórica. “Essa é uma das unidades acadêmicas que tradicionalmente se posiciona contrária à greve. Em função disso tem uma simbologia muito grande para o conjunto da universidade, indicando o sentido de integração existente entre os estudantes, técnicos e professores, em defesa da educação”, disse.
Neto ressaltou também a maneira democrática com a qual a AG dos estudantes foi conduzida. “Os alunos estão de parabéns. Estimularam o debate, respeitaram as falas e valorizaram a necessidade de tomar uma decisão baseada na informação e no compromisso com a Universidade”, acrescentou.
Decisão anunciada - Pela parte da tarde, um grupo de alunos do 2º período do curso manifestou apoio à paralisação das atividades da categoria docente, não assistindo a aula de “Micologia Médica”, prevista para ocorrer no período das 16h às 18h, em um laboratório no Instituto de Ciências Biológicas (ICB), no Campus Universitário. Entraram na sala apenas para informar à professora da disciplina a respeito da decisão que, segundo os estudantes, foi tomada por 37 alunos.
“Resolvemos apoiar a greve dos professores por conta das condições em que se encontra a Universidade”, disse o estudante Luiz Felipe Campos, de 20 anos. Os acadêmicos reclamaram da infraestrutura precária dos laboratórios e da falta de salas de aula na Faculdade de Medicina, localizada na Rua Afonso Pena, Centro. “Às vezes, temos que usar o auditório e salas improvisadas para que a aula ocorra”, citou.
A professora da disciplina citada antes, Sônia Carvalho, que também é diretora do ICB, disse ter atendido a demanda dos alunos, suspendendo as atividades dessa turma. Segunda ela, a maioria dos docentes dos quatro departamentos que compõem o Instituto já aderiu à paralisação, embora alguns ainda tenham dúvidas quanto ao processo. “Tenho orientado os que buscam informações. O meu posicionamento é: a greve é um instrumento legítimo. Mas, a gente nunca sabe como o governo vai se comportar com o movimento”, afirmou.
Fonte: Adua |