O movimento pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 ganhou forte adesão. Em carta, o ANDES-SN e mais 37 entidades ligadas à educação pedem que o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) suspendam o calendário da prova, cujas inscrições tiveram início na segunda-feira (11), e não a realizem em 2020.
Entre as 38 assinaturas, há a presença da Associação dos Servidores do INEP, o órgão que é responsável pela prova, e instituições como a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). Esta última já conta com um abaixo assinado com 150 mil assinaturas. Além das 38 assinaturas, outras 102 entidades aparecem como apoiadoras do movimento. Ou seja, ao todo a carta conta com 140 nomes.
O principal argumento contra a realização da prova é o fato de que, com a suspensão das aulas, provocado pela pandemia de Covid-19, alunos sem acesso à rede de internet de qualidade, além dos próprios professores, ficam prejudicados. Com isso, estabelece-se uma desigualdade em relação à alunos que contam com uma melhor infraestrutura.
"As desigualdades sociais refletem-se e aprofundam-se nas desigualdades educacionais e a realização de atividades escolares através de meios virtuais negligencia o fato de que grande parte dos jovens brasileiros não dispõe desta possibilidade e das condições necessárias para acesso e aprendizagem dos conteúdos exigidos nas avaliações definidoras para o prosseguimento dos estudos em nível superior. Considere-se que 87,5% dos estudantes do ensino médio no Brasil frequentam escolas públicas", diz trecho da carta.
Na segunda, a Secretaria de Controle Externo da Educação do Tribunal de Contas da União (TCU) deu parecer favorável ao adiamento do Enem. Diante da posição técnica do órgão, o relator do tema, ministro Augusto Nardes, pediu que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é responsável pela prova, se manifeste.
"A posição do CNE/Conselho Nacional de Educação foi explícita ao recomendar que o MEC e o INEP/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira “acompanhem as ações de reorganização dos calendários de cada sistema de ensino antes de realizar o estabelecimento dos novos cronogramas das avaliações (SAEB) e exame (ENEM) de larga escala de alcance nacional” e, em especial, que aguardem o retorno às aulas para definir o cronograma e as especificidades do ENEM 2020. Dada a incerteza do momento, o mais indicado seria que tais exames não sejam aplicados em 2020", afirma o manifesto.
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Fonte: O Globo com edição da ADUA
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