O ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que o governo pode avançar com o plano de congelamento dos salários dos servidores públicos federais. A ideia do governo é não liberar aumentos por um ano e meio, pois o funcionalismo não pode "ficar em casa trancado com a geladeira cheia assistindo à crise [do coronavírus], enquanto milhões de brasileiros estão perdendo o emprego", disse Guedes na segunda-feira (27), na saída do Palácio do Alvorada, após reunião com o presidente Jair Bolsonaro.
O ministro afirmou que ainda nesta semana deve haver novidades sobre esse assunto. "O presidente disse que ninguém tira direito, ninguém tira salário, ninguém encosta em nenhum direito que existe hoje. Mas, por atenção dos brasileiros e para nos ajudar no combate a essa crise, não peçam aumento por um ano e meio. Contribuam para o Brasil. Essa semana mesmo devemos ter essa novidade. Um plano importante, estruturante, que mostra uma contrapartida", declarou.
O ANDES-SN repudiou as declarações do ministro. “O ANDES-SN repudia as falas de Guedes responsabilizando o funcionalismo público pela crise, indicando que o sacrifício deve ser feito pelo(a)s trabalhadore(a)s dos serviços públicos, também repudia o envio de e-mails por parte do Ministério da Economia à(o)s docentes federais, indicando “dicas” para que a categoria concilie o trabalho remoto e o cuidado com o(a)s filho(a)s, numa conjuntura de pandemia em que a prioridade deveria ser o cuidado com a vida e a saúde mental, Guedes e sua equipe mascaram o assédio moral na tentativa de impor o EaD na educação superior federal”.
Leia a Nota de Repúdio do Sindicato Nacional na íntegra
NOTA DA DIRETORIA DO ANDES-SN EM REPÚDIO ÀS DECLARAÇÕES DO MINISTRO DA ECONOMIA REFERENTES À(O)S SERVIDORE(A)S PÚBLICO(A)S
O governo aproveita das condições impostas à(o)s trabalhadore(a)s com a pandemia da COVID-19 e desfere sucessivos ataques aos direitos trabalhistas, duramente conquistados por suas entidades representativas. As recentes Medidas Provisórias (MP) 927, 936 e 905 além da PEC 10/2020 com a "emenda jabuti" do Partido Novo para redução de salários do(a)s servidore(a)s público(a)s, são uma demonstração destes ataques.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, em um discurso diante do Palácio do Planalto junto com o Presidente da República, propõe que se avance no congelamento dos salários do(a)s servidore(a)s público(a)s para a superação da crise econômica no Brasil. Segundo o ministro este(a)s trabalhadore(a)s não podem "ficar em casa trancado com a geladeira cheia assistindo à crise, enquanto milhões de brasileiros estão perdendo o emprego". Ele ressaltou ainda que o "funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer um sacrifício pelo Brasil" e solicitou que o(a)s servidore(a)s não peçam aumento salarial pelo período de um ano e meio. O ministro arremata dizendo, que de acordo com o Presidente, "ninguém vai tirar direito, ninguém tira salário, ninguém encosta em nenhum direito que existe hoje".
O governo transfere a responsabilidade da crise econômica e as consequências da pandemia para o conjunto do(a)s trabalhadore(a)s e servidore(a)s públicos, que tiveram aumento da alíquota previdenciária e enfrentam a iniciativa do governo de aprovar uma reforma administrativa, que dentre outros ataques, propõe o fim da estabilidade no emprego. Afora isso, convive com inúmeras tentativas de redução e corte de salários tanto por parte do governo quanto do Congresso Nacional.
A importância do(a)s servidore(a)s público(a)s se evidencia cada vez mais, sobretudo num contexto de emergência, em que a ação estatal se faz necessária, pois é por meio dele(a)s, que o Estado pode chegar à população e vice-versa. O momento é de salvar vidas!
O ANDES-SN repudia as falas de Guedes responsabilizando o funcionalismo público pela crise, indicando que o sacrifício deve ser feito pelo(a)s trabalhadore(a)s dos serviços públicos, também repudia o envio de e-mails por parte do Ministério da Economia à(o)s docentes federais, indicando “dicas” para que a categoria concilie o trabalho remoto e o cuidado com o(a)s filho(a)s, numa conjuntura de pandemia em que a prioridade deveria ser o cuidado com a vida e a saúde mental, Guedes e sua equipe mascaram o assédio moral na tentativa de impor o EaD na educação superior federal.
O ANDES-SN defende maior investimento na saúde, com o fortalecimento do SUS, Educação, Ciência e Tecnologia; revogação imediata da Emenda Constitucional 95/2016, que congelou os investimentos públicos por vinte anos, inclusive em saúde e educação, áreas essenciais para o enfrentamento da pandemia e para a descoberta de medicamentos; suspensão imediata do pagamento da dívida pública; taxação de grandes fortunas, lucros e dividendos, e repudia veementemente o sacrifício da classe trabalhadora.
#emdefesadavida
#revogaEC-95
#BastaBolsonaro/Mourão
Brasília(DF), 28 de abril de 2020.
Diretoria Nacional do ANDES-SN
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