Data: 11/09/2019
O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) rejeitou a adesão ao programa "Future-se", do Ministério da Educação (MEC). A decisão foi tomada por unanimidade, no último dia 4, em reunião ordinária do colegiado de deliberação máxima da instituição. O programa propõe a total mercantilização das universidades públicas, perda da autonomia na gestão e atividades fins, bem como perda da estabilidade de servidores.
No final do mês de agosto, a Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) decidiu pela rejeição ao projeto. Entre as instituições federais da Zona da Mata e Campo das Vertentes, apenas a Universidade Federal de Viçosa (UFV) ainda não tomou decisão definitiva.
Durante a reunião realizada pela UFJF, representantes de diversos cursos apresentaram os posicionamentos, bem como o Diretório Central do Estudantes (DCE), a Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF) e o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf).
Após o encerramento das apresentações, foi feito o encaminhamento de proposta da mesa para a aprovação da rejeição ao projeto "Future-se", por meio de elaboração de nota oficial. O Consuni, por unanimidade, rejeitou a proposta do projeto.
"Future-se"
O "Future-se" é uma iniciativa proposta pelo MEC, com o objetivo de aumentar a autonomia administrativa das universidades federais. Como as instituições sofrem com contingenciamentos e alegam que têm suas atividades prejudicadas com os bloqueios de orçamento, a solução apresentada pelo governo é firmar parcerias entre a União, as universidades e as organizações sociais.
O "Future-se" também estimularia que as instituições captassem recursos próprios, que auxiliassem na sua manutenção. O MEC reforça que não se trata de privatizar o ensino público, e sim de criar uma nova forma de financiá-lo. A cobrança de mensalidades em cursos de graduação, mestrado e doutorado está descartada, segundo o Governo.
As organizações sociais em questão são entidades privadas, sem fins lucrativos: são obrigadas a investir na própria atividade todo o dinheiro excedente. Devem atuar em áreas relacionadas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
As que poderão participar do "Future-se", caso o programa seja aprovado, precisam ser ligadas a ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou cultura.
Fonte: G1 com edição da ADUA-SSind.
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