Data: 02/09/2019
Bolsonaro tem adotado um estilo ditatorial nas nomeações de reitorias de universidades públicas não respeitando a votação realizada na comunidade acadêmica. O caso mais recente é o da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS). Essa é a sétima intervenção do governo em Instituições Federais de Ensino (Ifes). Desde junho, outros episódios de nomeação em que não foi respeitada a votação, tradição que já durava 15 anos.
Na UFFS, o reitor Marcelo Recktenvald, designado no último 29, foi terceiro colocado na consulta interna da lista tríplice e não participou do segundo turno da votação. Recktenvald criticou o processo de escolha e votação que é tradicionalmente realizado nas universidades, “O pleito eleitoral é muito embolado e complicado, no segundo turno, acredito que foi muito incoerente, uma vez que pela demanda da lista tríplice, não há necessidade de segundo turno”, declarou.
A diretoria do ANDES-SN emitiu nota criticando a escolha do presidente, que além de intervir na UFFS¸ interveio na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Universidade Federal do Ceará (UFC).
Em outras duas Ifes, o governo nomeou dirigentes interinos. Em junho, o Ministério da Educação (MEC) designou a professora Mirlene Damázio como reitora temporária da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Damázio não concorreu na eleição interna nem tinha seu nome na listra tríplice enviada ao ministério para a nomeação.
No Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), o MEC nomeou um interventor, que nem mesmo pertence ao quadro da instituição. Maurício Aires Vieira foi designado, por meio de portaria, como diretor-geral temporário.
Fonte: Adufop com edição da ADUA-SSind.
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