Data: 02/09/2019
Indicado por Bolsonaro, o reitor empossado da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque, entrou com processo de reintegração de posse na Justiça Federal contra manifestantes que ocupam a Reitoria da instituição. A ação foi impetrada na segunda-feira (26) em nome da UFC e está sob responsabilidade da 1° Vara Federal.
Para o juiz responsável pela ação, George Marmelstein, é necessário buscar a “solução dialogal” assim como “a desocupação pacífica antes de se utilizar a força pública contra os manifestantes”.
O estudante do mestrado em Comunicação e Conselheiro Universitário, Daniel Macêdo considera que a medida é uma tentativa de Cândido Albuquerque de “cercear direitos e o diálogo”. “A medida de criminalização dos estudantes para além do não diálogo, não faz sentido. O que se tem hoje não é uma ocupação do prédio, mas sim pessoas se manifestando nos jardins da Reitoria em uma tenda permanente”, explica.
Macêdo afirma que advogados do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc-Sindicato) assim como o defensor regional de Direitos Humanos da Defensoria Pública da União, Fernando Holanda, estão na Reitoria para prestar assessoria jurídica aos manifestantes e tentar estabelecer diálogos com a direção da instituição.
Procurada, a assessoria de imprensa da UFC afirmou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
Desrespeito à autonomia universitária
A nomeação de Cândido Albuquerque desrespeitou a consulta à comunidade acadêmica, realizada em maio, em que Cândido ficou em último lugar com apenas 4,6% dos votos.
Contra a nomeação de Cândido Albuquerque para a reitoria da instituição, estudantes, professores e técnicos da UFC bloquearam, no dia 13 de agosto, o cruzamento das avenidas da Universidade e 13 de maio, na capital cearense. O ANDES-SN manifestou-se em nota de repúdio às ações antidemocráticas do governo na UFC.
Fonte: José Leomar
Fonte: Diário do Nordeste com edição da ADUA-SSind.
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