Data: 17/07/2019
Lançado pelo Ministério da Educação (MEC), o projeto “Future-se” já ganhou primeiras impressões pelo país, e representantes do governo informam que o projeto de reforma das universidades federais, entrará em consulta pública até 31 de julho. Trata-se da tentativa incessante do governo Bolsonaro de mercantilizar as universidades públicas do Brasil.
O governo planeja implantar o modelo de Organizações Sociais (OS) para cuidar dos principais serviços das universidades, como vigilância, manutenção e limpeza, e retirar completamente a autonomia universitária, um ato normativo deve ser publicado até fim de agosto. O MEC usa a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como comparação.
Representantes do MEC informaram que, com a implantação do modelo de OS, verbas especiais para as universidades públicas como de serviços de limpeza e segurança não vão contar para efeito do teto constitucional de gastos públicos, tendo em vista que o governo adora gastar desenfreadamente, tal como fez para conseguir aprovar o texto base da Proposta Emenda Constitucional (PEC) 06/2019, a Contrarreforma da Previdência.
Após coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (17), os dirigentes do MEC apresentaram documentos sobre o novo projeto de ataque às universidades públicas, o “Future-se”, que havia sido apresentado no dia anterior, terça-feira (16) aos reitores de universidades públicas do Brasil, irão nos próximos dias reunir-se na sede da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) para debater sobre o “Future-se”.
Estudantes que protestavam na porta do MEC contra os cortes nas verbas de educação e o novo projeto do MEC foram dispersados pela polícia militar com cassetetes e spray de pimenta, demonstrando mais uma vez o estilo autoritário e intolerante do governo Bolsonaro.
A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), avaliou o projeto do MEC, “atacar a universidade pública brasileira é atacar a soberania do país. Caso o projeto “Future-se” tenha sucesso, a democratização das universidades será freada e o governo implantará um modelo privatista de gestão do ensino superior, acabando com a autonomia universitária e com a produção do pensamento crítico. Restará aos pesquisadores e professores trabalhar para o capital financeiro, respondendo apenas a interesses econômicos”, declararam.
Leia aqui o novo projeto Future-se
Fonte: ADUA-SSind. com informações da Adufrj-SSind |