Data: 08/07/2019
A reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que ocorreu entre os dias 5 e 7 de julho em São Paulo, foi marcada pelo debate sobre as privatizações em curso no Brasil, seus efeitos para a população e as lutas contra as medidas do atual governo que tem lançado diversos ataques aos trabalhadores e trabalhadoras.
Em várias declarações, Bolsonaro, Mourão e o ministro da Economia Paulo Guedes já afirmaram que o plano do governo é “desconstruir tudo”, defendendo a privatização de todas as estatais brasileiras. A agenda de entrega mira cerca de 130 empresas públicas, entre elas, a Petrobras, Correios, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Eletrobras.
O Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese), representado pela pesquisadora Ana Paula Santana, demonstrou que a política privatista do governo Bolsonaro se insere num processo mais amplo, relacionado à política imperialista e de desnacionalização que vem sendo imposta ao país pelo governo. “O processo de desnacionalização e desindustrialização vem ocorrendo ao longo dos últimos anos e Bolsonaro é um capacho do imperialismo e não esconde que o que pretende fazer é entregar tudo”, disse Ana.
“Éramos o quarto maior parque industrial do mundo, mas hoje praticamente não há empresas brasileiras que produzem veículos ou eletroeletrônicos. Empresas como Ericsson e LG, não produzem. Compram da China e vendem. Hoje somos exportadores de produtos primários, como soja, café e açúcar e até 2026, o Brasil será o maior exportador mundial de alimentos”, complementou.
As privatizações atendem à lógica de acabar com tudo o que é público para garantir lucro ao setor privado, deixando de lado o avanço do setor público, em áreas essenciais à população como educação e saúde. O diretor da Federação dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), Heitor Fernandes, falou em seguida e demonstrou como os governos costumam utilizar a política de sucateamento das empresas estatais para preparar o caminho para a privatização.
“Nos Correios, há um processo de sucateamento há muito tempo em governos anteriores. Falta projeto estratégico de crescimento da empresa, que costuma ser objeto de acordos e barganhas políticas. A luta contra as privatizações não pode ser feita apenas por uma categoria. Essa luta não pode ser vencida individualmente. É preciso unificarmos a luta dos trabalhadores de todos os setores afetados”, afirmou o dirigente.
Por fim, a reunião seguiu com a troca de ideias, e a afirmação da resistência ao desmonte do setor público. Diante dos diversos ataques ao trabalhador brasileiro e à educação, as Centrais sindicais de todo o país vão intensificar as mobilizações contra o governo, a próxima já está marcada, no próximo dia 12 de julho, será realizado um ato unificado a favor da educação em Brasília, onde irão apoiar e participar do ato nacional, convocado pelos estudantes, trabalhadoras e trabalhadores da educação, em defesa da aposentadoria e do ensino.
Fonte: ADUA-SSind. com informações da CSP-Conlutas
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