Data: 03/07/2019
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados discutiu na manhã desta terça-feira, 2 de julho, os cortes de 30% das dotações orçamentárias de instituições de Ensino Superior, anunciados pelo Ministério da Educação em abril deste ano. Na reunião se fez presente o Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), intervindo em favor da educação.
Representado pelo presidente, Antonio Gonçalves, o sindicato destacou pontos importantes para a luta dos movimentos sindicais e a expectativa da população em torno da educação brasileira, além relembrar que os momentos de crises não estão sendo aproveitados para se rever erros, mas como uma forma de ataque aos direitos.
"Sempre diante de crises econômicas deveríamos encarar como uma oportunidade de se rever a gestão e a forma de gerenciamento, e não como uma fonte de pautas regressivas, de ataques e retiradas de direitos. E é isso que nós estamos assistindo hoje. Diante da desculpa da crise se fez a contrarreforma trabalhista, se retirou direitos na perspectiva de geração de empregos, e agora querem promover uma educação apenas para formação de mão de obra”, afirmou Antonio.
Desde os cortes em abril de 2019, as instituições de ensino já sentem a instabilidade gerada pelo governo. O Ministério da Educação (MEC) afirmou que os cortes afetariam apenas gastos com limpeza, serviços de apoio, entre outros. Mas na prática, projetos científicos, pesquisas, bolsas de estudo e diversas situações foram afetadas, prejudicando o avanço educacional no país, tendo em vista que 90% da produção científica brasileira hoje está nas universidades.
O ANDES-SN é a favor de uma reformulação na educação, visando uma educação pública de qualidade, com financiamento público, que vai desde o ensino básico até a graduação e pós-graduação. “Nós defendemos a educação como um direito, mas o que nós temos assistido no Brasil é a mercantilização da educação, com um crescimento exponencial das instituições privadas de ensino superior. Queremos uma educação que seja laica e que as instituições tenham autonomia, como documentado em nossa constituição, para proporcionar uma educação relevante na formação da consciência coletiva e no desenvolvimento humano, sem os quais nunca iremos sair de um buraco econômico”, argumentou o presidente Antonio.
Fonte: ADUA-SSind. com informações do ANDES-SN
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