Data: 24/04/2019
Após cinco meses de trabalho foi concluída a fase da organização do Arquivo da ADUA-SSind., primeira etapa do trabalho do grupo responsável pelo Acervo Documental e do Centro de Memória Online e Físico “Memórias Militantes” da Seção Sindical. Graduandas do curso de Arquivologia e uma graduada de História da Ufam participaram da atividade, que ocorreu de 15 de novembro de 2018 a 15 de abril deste ano.
Um dos primeiros passos do trabalho foi o diagnóstico, que consistiu no estudo do Regimento Interno da ADUA. “Baseado nos objetivos da entidade, fizemos a separação por setores e a classificação dos documentos por assunto, organizando de acordo com as temáticas”, explicou a estudante de Arquivologia, Márcia Menezes.
O tratamento arquivístico consistiu em sete etapas: identificação, higienização, classificação, organização, ordenação, acondicionamento e destinação do acervo. “Separamos os materiais por setores: Jurídico, Tesouraria, Secretaria, Diretoria e Comunicação Social. Tem ainda o arquivo diverso, audiovisual e informático, e a hemeroteca com os boletins da ADUA, da Ufam e jornais que eram assinados pelo sindicato”, detalhou.
O acervo da ADUA é composto pelos gêneros documentais: textual, que compreende a hemeroteca com 511 jornais; iconográfico com 1.296 fotografias, 51 negativos em película e 15 desenhos; informático com 111 CDs e 199 disquetes; e o audiovisual com 67 fitas VHS, 41 fitas cassete e 11 fitas cassete mini.
A produção e acumulação documental do gênero textual, com exceção dos jornais, por década, compreendem: 1979 - 1989: documentos distribuídos em 11 caixas; 1990 - 1999: distribuídos em 43 caixas; 2000 - 2009: em 59 caixas; e 2010 - 2019: em 47 caixas. Os documentos com produção mais expressiva são provenientes da Tesouraria (63 caixas), seguida da Diretoria com 35 caixas e da Secretaria, com 34.
Organização física
A sala do arquivo da ADUA possui seis estantes de ferro com seis prateleiras cada, comportando um total de 36 caixas por estante. Entre o material constam documentos do Jurídico e da Comunicação Social relativos, por exemplo, a processos e assistência jurídica; da Tesouraria como movimentação bancária e de caixa, fundo de greve, balancetes e orçamentos.
Outros arquivos que fazem parte do acervo são materiais divididos entre os setores da Diretoria e da Secretaria, contendo assuntos referentes a estatuinte, regimento, legislações, normas e assembleias, incluindo também a comunicação recebida e expedida entre as seções sindicais, o sindicato nacional (ANDES-SN) e outras entidades de interesse e cooperação mútua.
Pesquisa
O material do acervo da ADUA já está servido inclusive para pesquisa acadêmica. Durante a execução das atividades, a historiadora Priscila Diógenes, que também atuou como colaborada do projeto, consultou os documentos para a elaboração do seu projeto de seleção para o mestrado.
“Faço uma pesquisa sobre as mulheres da década de 70 e 80 que participavam das greves, eu já estava realizando essa pesquisa no jornal A Crítica, indo para a biblioteca, no IGHA [Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas] e nesses jornais mostravam que tinham sindicalizadas da ASSUA e da ADUA participando das greves. Então, entrei em contato com a Rafaela [Bastos, coordenadora do Acervo e doutoranda em História] para poder pesquisar”, explicou Priscila.
A historiadora afirmou que, para ela, foi muito importante participar do projeto. “Foi bem importante para o que eu quero para a carreira acadêmica, utilizo esse espaço do arquivo, da documentação, cruzo com o objeto de estudo histórico, e aprendo também parte da história do sindicato, me ajudou bastante na pesquisa”, disse.
Além de preservar as memórias dos 40 anos de luta da ADUA, o Memórias Militantes também servirá para dar um panorama do arquivo documental reunido pelo sindicato. “É apresentado o material e se abre as portas para academia, para a sociedade, para consulta, pesquisa”, disse Márcia Menezes.
Entre as propostas deixadas pela equipe para o Arquivo da ADUA estão: criação de um manual de rotina para o Arquivo; elaboração de instrumentos de pesquisa; estratégias de conservação para as fichas dos associados e fotografias; organização das mensagens de correio eletrônico e pensar a difusão do acervo para o meio discente e a comunidade, inclusive a possibilidade de inserção em campo de estágio da área de Arquivologia.
“São atividades que deixamos em aberto e que o sindicato pode desenvolver para aprimorar esse serviço de oferta do seu arquivo pra comunidade e sociedade como um todo. São propostas que a Arquivologia tem a oferecer e acrescentar ao acervo do sindicato”, explicou Márcia.
Além de Priscila Diógenes e Márcia Menezes também participaram da organização do Arquivo da ADUA as graduandas Lauriane Carvalho; Adriele Oliveira e Sílvia Angelina.
Fotos: Daisy Melo/Ascom ADUA
Fonte: Ascom/ADUA-SSind.
|