Data: 28/02/2019
Funcionários terceirizados da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) das unidades de Manaus e do interior do Estado estão com salários e férias atrasados. Nesta quinta-feira (28), prestadores de serviços cruzaram os braços no setor Sul do campus da capital (antigo minicampus) para reivindicar a regularização dos pagamentos. A denúncia é feita pela Seção Sindical dos Docentes da Ufam (ADUA-SSind).
Os prestadores de serviço da ADAP Soluções em Limpeza e Terceirização, que paralisaram as atividades nesta quinta, relataram que estão enfrentando problemas como aviso de despejo, atraso de pagamento de pensão alimentícia, falta de gás de cozinha e até dificuldade para se alimentar. “No dia 5 de março vamos completar dois meses sem salário, quem entrou de férias ou pegou a conta também não recebeu, tem gente que está de férias e veio aqui para comer”, contou a serviços gerais Maria Ângela de Oliveira.
Segundo ela, por volta do dia 20, uma funcionária da empresa identificada apenas como Márcia se reuniu com os trabalhadores e alegou que a Universidade não havia repassado o dinheiro para a ADAP. “Mas o que a Ufam diz é que independente do repasse a empresa tem que pagar a gente, porque as outras empresas que têm aqui pagaram seus funcionários, só nós que não recebemos”, contou. Ângela que é funcionária da empresa há quase nove anos disse que essa é a primeira vez que ocorre um atraso tão longo no pagamento.
"Como ADUA-SSind e o ANDES-SN vêm denunciando há muito tempo a terceirização é sinônimo de precarização. A contratação de trabalhadores/as terceirizados/as não é boa para ninguém e muito menos para os próprios envolvidos no processo. No entanto, é preciso destacar que a Universidade não pode se desvencilhar do problema jogando a responsabilidade nas empresas porque como a jurisprudência deixou claro é co-responsável pela falta de pagamento e atropelo dos direitos que elas cometem frequentemente", afirmou o presidente da ADUA-SSind, professor Marcelo Vallina.
Unidades fora da sede
No Instituto de Natureza e Cultura (INC), em Benjamin Constant, trabalhadores terceirizados estão os salários atrasados há um mês e aqueles que entraram de férias não receberam o seu direito, segundo um professor do INC. “Os meses anteriores foram pagos, o mês atual ainda não, e os [trabalhadores] que saíram de férias ainda não receberam”, contou. O docente informou que estão sem receber funcionários das áreas de serviços gerais, portaria e motoristas. A ADAP também é a empresa responsável.
A mesma empresa também está com salários atrasados dos terceirizados do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (ICET), em Itacoatiara. “Quem está atrasado há quase dois meses é o pessoal da ADAP, que é da limpeza, os agentes de portaria estão em dia”, informou um professor do Instituto. No Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), em Parintins, também há relatos de atraso de pagamento dos terceirizados da área de limpeza desde dezembro de 2018. Um docente do ICSEZ informou, ainda, que os trabalhadores da copa e portaria receberam há poucos dias o salário de janeiro.
Questionada sobre a falta de pagamento, a Universidade informou, no fim da manhã desta quinta, que os recursos foram liberados e estariam disponíveis, no máximo, até esta sexta-feira (01). "O contrato prevê que mesmo com não repasse, a empresa tenha capital para sanar os vencimentos e, ainda assim, não o fez.Teríamos mais 30 dias, segundo contrato, para liberarmos, e fizemos antes", informou a assessoria de comunicação da Ufam.
Erramos
A ADUA-SSind comunica que errou ao informar, anteriormente, que as empresas terceirizadas JF Tecnologia e CSS Guimarães estavam com os salários dos funcionários atrasados, no Instituto de Agricultura e Ambiente (IEAA), em Humaitá. A Seção Sindical pede desculpas às empresas e à direção do IEAA pelos transtornos causados. De acordo com a diretora do Instituto, apesar de estarem sem receber os recursos da Universidade, tais empresas não estão deixando de pagar os terceirizados .
Fonte: ADUA-SSind.
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