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Saída de Pacto Global de Migração aprofundará xenofobia no país



Data: 10/01/2019

O Brasil deixou o Pacto de Migração da Organização das Nações Unidas (
ONU) que, entre outras medidas, previa a garantia de proteção dos migrantes e integração no país no qual buscam refúgio. Essa é mais uma decisão de extrema direita e cruel do governo de Jair Bolsonaro (PSL), pois agravará a situação já caótica de trabalhadoras e trabalhadores que tentam melhores condições de vida aqui no Brasil.

A CSP-Conlutas, a União Social dos Imigrantes Haitianos (
USIH) e a Associação Nacional dos Imigrantes Venezuelanos (ANIV Brasil) reuniram-se na tarde de quarta-feira (9) e decidiram convocar uma ampla reunião na próxima quarta-feira (16) para discutir como enfrentar as consequências das decisões do governo Bolsonaro que dificultam a permanência e integração de imigrantes no Brasil. As organizações farão convocação pública e se manifestarão diante do anúncio xenófobo do governo.

Saída do Pacto Global de Migração

Bolsonaro declarou na manhã desta quarta-feira (9) que essa medida visa defender a soberania do país. “Não é qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no Brasil via pacto adotado por terceiros”.

No entanto, ao contrário de sua declaração cheia de informações equivocadas, o pacto foi criado com diretrizes defendidas pelo Brasil, com cláusulas que preveem o respeito a nossa soberania e leis.

Outra parte da nota divulgada por ele reforça total falta de solidariedade e respeito à cultura dos migrantes que fugindo de guerras, da fome e da morte, tentam a vida em nosso país. “Quem porventura vier para cá deverá estar sujeito às nossas leis, regras e costumes, bem como deverá cantar nosso hino e respeitar nossa cultura. Não é qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no Brasil via pacto adotado por terceiros. NÃO AO PACTO MIGRATÓRIO”, detalhou na nota impositiva e recheada de preconceitos.

Bolsonaro seguiu a cartilha do presidente dos Estados Unidos Donald Trump que também não assinou o pacto e tem uma das políticas mais duras e ofensivas contra migrantes, e que ter de todo jeito construir um muro na fronteira com o México para impedir o fluxo migratório no país.

Também não assinaram o presidente Sebastián Piñera (Chile), Binyamin Netanyahu (Israel), Viktor Orbán (Hungria) e o vice-premiê italiano, Matteo Salvini.

Não à xenofobia

O Brasil, nos últimos anos, tem servido de acolhida para refugiados venezuelanos e haitianos que fogem da fome e catástrofes naturais em seus países de origem. Atualmente, a política de recebimento dessas pessoas está muito longe de ser a ideal, e com a saída do Brasil neste pacto, tende a ficar pior.

A CSP-Conlutas integra a campanha “Nenhum ser humano é ilegal. Migrar é um direito”, em apoio aos migrantes venezuelanos, e reforça a necessidade de acolhida dessas pessoas, que merecem nossa solidariedade e apoio permanente.

“Nossa central é internacionalista e tem como uma de suas premissas a solidariedade de classe como base de nossas ações. Para nós, nenhum ser humano é ilegal e migrar é um direito”, salientou o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Wilson Ribeiro, do Setorial Internacional.

Foto: Agência Brasil

Fonte: CSP-Conlutas



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