Data: 10/01/2019
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados há mais de 300 dias e ninguém foi detido. Na última terça-feira (8), uma campanha nas redes sociais cobrava: “300 dias: Quem matou e quem mandou matar? São as perguntas que o presidente Jair Bolsonaro, o governador do RJ, Wilson Witzel, e a PF precisam responder”. Mas não é somente uma campanha de redes sociais, a Organização Mundial da Saúde (ONU) cobrou uma resposta ao governo federal. A carta foi emitida no dia 31 de dezembro de 2018, em Genebra, e chegou ao gabinete do novo governo no seu primeiro dia de trabalho.
O texto da carta vai permanecer em sigilo até março, quando a queixa e a eventual resposta do governo brasileiro serão publicadas nos sites da ONU. Uma divulgação feita pelo jornal Estado de São Paulo informa que o texto alerta o governo de que os relatores poderiam considerar fazer uma declaração pública à imprensa internacional para falar sobre a queixa dirigida ao Brasil. A iniciativa expressa que os especialistas internacionais pretendem acompanhar de perto a aplicação da política de segurança e de direitos humanos por parte do novo governo. Segundo o Estado, nem o Palácio do Planalto e nem o Itamaraty deram uma responderam à cobrança feita pelos relatores.
Os que lutam em defesa dos direitos humanos, dos trabalhadores, dos moradores das periferias e das favelas também reforçam a cobrança e exigem a punição imediata dos mandantes e dos assassinos de Marielle e Anderson. O atraso nas investigações demonstra não haver vontade política para desvendar o crime.
A vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista Anderson foram assassinados no Rio de Janeiro no dia 14 de março de 2018, causando comoção e grandes manifestações de protesto em todo o país.
Fonte: CSP-Conlutas |