Data: 09/01/2019
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) determinou a interrupção da compra e demarcação de terras para fins de Reforma Agrária. De acordo com reportagem da Repórter Brasil desta terça-feira (8), superintendências do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) receberam documentos com essa orientação na última quinta-feira (3).
Com isso, pelo menos 250 processos em andamento estão suspensos. Aponta a reportagem da Repórter Brasil, que a intenção do novo governo é acabar com a com a Reforma Agrária. Outro alerta é de que a suspensão “seria um modo de ganhar tempo até serem editadas medidas que favoreçam os grandes proprietários de terras”.
Não é de hoje que a Reforma sem sendo deixada de lado pelos governantes. Desde 2015 o orçamento tem sido reduzido.
O programa de Reforma Agrária no governo Bolsonaro tem como responsável o presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antônio Nabhan Garcia, que começa a defender os interesses dos latifundiários.
Segundo o advogado da CSP-Conlutas Waldemir Soares Junior, que também integra o setorial do campo da Central, “Nabhan é conhecido pelos movimentos sociais por suposto favorecimento de milícias contra essas organizações, além de ter sido investigado na CPI Mista da Terra”.
Waldemir salienta que Nabhan tem como interesse defender o agronegócio, o latifúndio e a concentração de terras no Brasil. “Não é nenhum espanto essa medida de suspensão do processo de Reforma Agrária, como também não será nenhum espanto o congelamento total da criação de reservas indígenas, extrativistas e titulação de quilombos”, aponta.
“Esse é mais um ataque contra os trabalhadores que lutam por terra e está se intensificando com a nomeação de Tereza Cristina, também ruralista, para o Ministério da Agricultura e de Nabhan Garcia para a secretaria de assuntos fundiários”, conclui o advogado.
A decisão do governo Bolsonaro atinge os acampamentos apoiados pela CSP-Conlutas via setorial do campo. São eles, Meren (Socorro/SE), Monte Alegre e Belém (Itaporanga d’ajuda/SE), Zulmira Gonçalves (Barretos/SP), Cachoeirinha (Boa Esperança do Sul/SP), Didi Travesso (São José dos Campos/SP), Capão das Antas (São Carlos/SP) e Maria Petit (Duartina/SP).
Foto: Valter Campanato/ABr
Fontes: Repórter Brasil e CSP-Conlutas
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