Data: 26/10/2018
Após sofrer ameaças de cunho racista dentro da Universidade de Fortaleza (Unifor) na semana passada, uma estudante registrou um Boletim de Ocorrência, continuou recebendo ameaças e acabou sendo estuprada, na quinta-feira (25). Em sua página oficial no Facebook, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará afirma estar “acompanhando, com muita preocupação e consternação, o caso”. Nesta sexta-feira, a comunidade acadêmica realizou um ato em protesto no campus universitário.
Depois de denunciar o caso na polícia, a aluna passou a receber mensagens pelo WhatsApp, inclusive ameaçando o estupro. “Nem adianta dá blok. Amanhã na unifor te pego e (...) para aprender sua (...) comunista (...) agradeça q vamo te deixar viva para servir de exemplo. Vamo fazer a limpa (...)”, diz uma das mensagens.
Na página no Facebook, a CDH da OAB/CE afirma que “o crime que ocorreu aparentemente por motivações políticas, está sendo acompanhado pelo Observatório dos Crimes por Motivação Política e Ideológica, composto por OAB, DPE, DPU e CEDH (...) É lamentável e repugnante o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de grupos que repercutem o discurso de ódio ”.
Estudantes cobravam um posicionamento da instituição, na página do Facebook da Unifor. “Alunos ameaçados e agredidos por discurso de ódio [...]...”, escreveu uma aluna. “Verdade”, comentou outra. “Cadê o posicionamento da Universidade sobre isso td???”, cobrou um aluno.
Às 12h37 desta sexta-feira, a Unifor se posicionou. Em seu site oficial, a instituição publicou uma nota de repúdio. Na nota, a universidade afirma que “a Universidade de Fortaleza repudia qualquer ato de violência e se solidariza com as vítimas, em quaisquer circunstâncias, dentro ou fora do campus. Sobre o caso exposto na mídia nas últimas horas envolvendo uma aluna, a Unifor está tomando as medidas cabíveis junto às autoridades competentes e coloca a sua estrutura de apoio jurídico e psicológico para acompanhamento, mesmo que o assunto em voga não tenha ocorrido no campus. Reiteramos o compromisso da instituição de preservar as identidades de todos os envolvidos até que as questões sejam esclarecidas”.
Fonte: ADUA-SS
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