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ANDES-SN encaminha rodada de assembleias após discussão de cenário político em reunião conjunta



Data: 11/10/2018

Representantes de mais de 25 seções sindicais do ANDES-SN, incluindo da ADUA-SS, reuniram-se na terça-feira (9) para debater a conjuntura eleitoral do país. A reunião conjunta dos Setores das Instituições Federais de Ensino (Ifes) e Estaduais e Municipais de Ensino (Iees/Imes) ocorreu na sede do sindicato, em Brasília (DF). No encontro, foi encaminhada às seções sindicais a realização de assembleias de base para refletir sobre a atual conjuntura do país. A rodada de assembleias docentes será realizada entre os dias 10 e 17 de outubro.

A reunião indicou que as assembleias deverão pautar:

1) Encaminhar a construção da mais ampla unidade dos trabalhadores e trabalhadoras para defender a democracia, os direitos e a universidade pública e combater o fascismo;

2) Discutir a conjuntura eleitoral na perspectiva de combate ao fascismo e remeter posição para a reunião unificada dos setores, a ser realizada em 18 de outubro; essa unidade deve ser feita com a construção de frentes antifascistas; Debater a conjuntura eleitoral a fim de definir posição e estratégia de combate ao fascismo no país para remeter à reunião dos setores no dia 18 de outubro.

As posições definidas nas assembleias de base das seções sindicais serão levadas à nova reunião conjunta dos Setores das Ifes e das Iees/Imes. Essa nova reunião será realizada em 18 de outubro, também na capital federal.

O presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, avalia que foi importante o Sindicato Nacional realizar uma reunião para debater a situação política brasileira, de recrudescimento do conservadorismo. O docente ressalta que é fundamental que a categoria compareça às assembleias convocadas por suas respectivas seções sindicais para aprofundar o debate sobre as formas de combater o fascismo.

“Teremos uma rodada de assembleia até 17 de outubro. Nessas assembleias, discutiremos quais táticas serão utilizadas para construir uma frente antifascista”, disse. Segundo Antonio Gonçalves, o objetivo é construir essa frente a partir da leitura da conjuntura: “o movimento fascista está ganhando força no Brasil, e não apenas no aspecto eleitoral”, avaliou. “A reunião foi boa, com a presença de 28 seções sindicais. No dia 18 teremos o resultado das assembleias e poremos encaminhar para a base as diversas táticas que foram discutidas”, disse.

Texto político

Durante o encontro, a diretoria do ANDES-SN apresentou uma proposta de texto político sobre a conjuntura eleitoral, após o primeiro turno, aos presentes. O texto ressalta a gravidade da conjuntura atual, de uma crise que não é apenas política, mas social, cultural e econômica. A proposta da diretoria reafirma a importância do Sindicato Nacional nessas décadas de luta a favor da categoria docente e da classe trabalhadora. “Neste momento, em que o cenário eleitoral expressa uma disputa entre frações da burguesia, protofascismo e projetos de conciliação de classe, é necessário reafirmar as posições históricas do ANDES-SN, analisar com precisão a conjuntura e definir ações para o período do segundo turno das eleições”, diz um trecho da nota. 

“Ao mesmo tempo em que as manifestações contra o fascismo ganharam as ruas, nas inúmeras e numerosas manifestações do dia 29 de setembro de 2018, sob o chamado #EleNão, também identificamos o crescimento de ações ofensivas, de perseguição, de agressões e um conjunto de fake news que tenham difundir a desesperança e o ódio”.

No início da reunião foi feita a leitura de uma nota política em repúdio ao assassinato do capoeirista, Romualdo Rosário da Costa, em Salvador (BA). Mais conhecido como mestre Moa do Katendê, ele foi vítima de um crime de ódio por divergir politicamente do seu assassino.

Como chegamos aqui?

O 1º vice-presidente da ADUA-SS, Luiz Fernando Souza, participou da reunião e avaliou que, para a categoria fazer frente ao fascismo, precisa fazer uma análise sobre como o país chegou nessa atual situação. “Percebo que nós estamos discutindo táticas para o que chamamos de fascismo sem fazer um balanço de como chegamos a tudo isso, e isso é extremamente delicado porque você se envolve em polêmicas em debates tensos tentando desconstruir, desqualificar o argumento dos nossos “adversários” nessa arena eleitoral através de chavões fáceis” analisou.

De acordo com o docente, a atual conjuntura não foi construída de uma hora para outra, mas está enraizada na História do país. “Essas forças fascistas ou protofascistas não sugiram de 2016, 2015 para cá. O conservadorismo e reacionarismo são parte fundamental, estrutural da formação do país, o Brasil é um país que foi formado numa estrutura político-administrativa que expressa uma cultura de ódio da elite pelos subalternos. Isso não nasceu agora, isso está na primeira constituição, na constituição do Império está marcado o lugar que os subalternos têm que ocupar neste país. Toda nossa estrutura política, jurídica, legislativa, ela foi montada de acordo com esse medo-pânico que a elite tem do subalterno”, afirma. O 1º vice-presidente da Seção Sindical que esse cenário demonstra o quanto o país não conseguiu resolver, minimamente, a formação estrutural da nação brasileira. “Nós estamos disputando com forças políticas profundamente enraizadas na  história do brasil e que encontraram espaço para o ódio, o pânico em relação às classes trabalhadora, à juventude, os indígenas, às mulheres, aos negros, etc, e não vai ser por meio de chavões que  nós vamos derrota-los”, analisa.

Fonte: ADUA-SS

Com informações do ANDES-SN


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