Data: 04/10/2018
No dia 29 de setembro, ocorreu na cidade de Buenos Aires, Argentina, mais uma reunião de organização para as ações populares contra o Encontro do G20 de 2018, a ser realizado no país entre novembro e dezembro.
A CSP-Conlutas esteve mais uma vez presente, representando também a Rede Sindical Internacional, e Paulo Barela, da Secretaria Executiva Nacional da Central, relatou que as ações práticas estão cada vez mais definidas. A última reunião deverá acontecer no próximo dia 19 de outubro.
A reunião contou com ativistas locais e de outros países como Chile e Uruguai, além de novas entidades anti-imperialistas dispostas a colaborar e fortalecer os dias de luta. Ao todo, 40 organizações estiveram presentes. “Apareceram novos participantes, como por exemplo uma associação de ex-combatentes da Guerra das Malvinas, que por ter forte política contra a Grã-Bretanha e o imperialismo, foi atraída para a reunião justamente por conta do que significa o G20”, expôs Barela.
Para a ocasião do encontro do bloco, previsto para os dias 30 de novembro e 1º de dezembro, estarão chefes de Estado das principais potências como Estados Unidos, China, Rússia, França, Grã-Bretanha, e de países emergentes como Brasil, Índia e México.
A 13ª edição da reunião do Grupo tem como tema “O futuro do trabalho, a infraestrutura para o desenvolvimento e futuro sustentável”.
Os movimentos denunciam que a Argentina tem servido como um laboratório para as políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, e que o encontro do G20 simboliza os governos neoliberais e o aprofundamento da exclusão e da miséria no mundo inteiro.
Atividades pré-encontro
Nos dias que antecedem o Encontro devem ocorrer também ações em diversas cidades. De 25 a 27, atividades de organização autônoma serão realizadas em universidades e outros espaços públicos e fechados. Nos dias 28 e 29, em Buenos Aires, a ação será mais centralizada, com um encontro de trabalhadores contra o Encontro do G20. As ações serão divididas por diversos eixos temáticos, de modo que abordem assuntos acerca de trabalho, saúde, meio ambiente, mulheres, LGBT, cultura dentre outros.
Caravanas de apoio
A CSP-Conlutas orienta a todas as entidades filiadas que organizem caravanas para o envio de lutadores do Brasil à Argentina, para que a Central esteja em bloco nas manifestações contrárias ao Encontro do G20, previstas para os dias 30 de novembro e 1º de dezembro.
Contra esse fórum de capitalistas, a proposta é que os trabalhadores tomem as ruas em protesto contra as políticas de austeridade e ataques que vem sendo implementadas em todo o mundo. “A CSP-Conlutas faz parte da organização e se soma ao chamado para a construção da manifestação. A orientação é que nossas entidades e movimentos filiados discutam a ida de representações para esse ato pois queremos que a Central tenha uma coluna no ato, que será muito importante”, informa o membro do Setorial Internacional e membro da SEN, Herbert Claros.
Governo em crise
O desemprego na Argentina chegou a 9,1% no primeiro trimestre. No último trimestre de 2017, o índice era de 7,2%. Somado a falta de trabalho, os argentinos enfrentam forte instabilidade econômica.
No dia 30 de agosto, o dólar na Argentina chegou a 42 pesos nos bancos e nas casas de câmbio. Para conter os efeitos da desvalorização da moeda, o Banco Central anunciou aumento na taxa de juros de 60%, o que retrocedeu a 39 pesos. Ainda assim, após a medida, o dólar chegou a 41 pesos ainda às 12h do mesmo dia.
A situação tem gerado cada vez mais insatisfação popular. No último dia 25 de setembro, os trabalhadores argentinos realizaram mais uma intensa Greve Geral no país.
Desde o início do mandato de Mauricio Macri já ocorreram quatro paralisações nacionais contra os ataques econômicos de seu governo.
A paralisação mais recente foi tão exitosa quanto as anteriores, e se deu com a participação massiva de trabalhadores de diversos setores, como dos transportes, comércio, em educação, funcionalismo público, bancos, postos de gasolina, parte dos serviços de saúde pública entre outros.
Com a forte mobilização, veio junto a queda das ações, e o dólar mais uma vez disparou. Isso no mesmo dia em que o presidente do Banco Central, Luis Caputo, pediu demissão do cargo.
Fonte: CSP-Conlutas
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