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Seminário debate desafios da luta sindical em tempos de crise estrutural



Data: 17/09/2018

Com tema “Universidade, trabalho e movimento docente”, o Seminário de Formação Política e Sindical do ANDES-SN, realizado de sexta-feira (14) a domingo (16), na Universidade Federal da Bahia (UFBA), teve como uma das principais discussões os desafios do sindicalismo. O evento contou a participação de 50 docentes de todo país, incluindo a da 2ª vice-presidente da ADUA e professora do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), Milena Barroso.

"A Formação foi bastante produtiva. Foram três dias de intensos debates. O curso partiu dos fundamentos da sociedade capitalista, para refletir sobre a história do ANDES e os desafios da luta sindical em tempos de crise estrutural. Entre as principais discussões, um importante desafio para a nossa categoria de professores é nos entendermos como trabalhadores e trabalhadoras. Outra questão apontada como desafio é a “multicampia”, como construir a organização das lutas nesse contexto?", disse a docente.

No primeiro dia do encontro foram debatidos os desafios do sindicalismo e as transformações no mundo do trabalho. O presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, falou sobre o movimento que impulsionou a criação do sindicato no período da Ditadura Empresarial Militar:  a greve dos servidores públicos em 1980. Gonçalves apresentou a trajetória da entidade, inicialmente como uma associação até a conquista do direito de organização sindical. Este direito permitiu em 1990 a formação de um sindicato nacional.

“Desde a fundação, indicávamos a importância de sermos um sindicato classista, horizontal, com congressos e submetidos às decisões da base. Conquistamos a também a perspectiva de um Sindicato Nacional com seções sindicais autônomas, o que consideramos fundamental para não fragmentar a luta”, destacou.

Redes de contrapoder, a universidade e o sindicalismo

Pesquisadora da UFBA e especialista em relações do trabalho e professora, Graça Druck, conduziu as atividades da segunda mesa  do primeiro dia. Ela debateu a precarização do trabalho no contexto neoliberal, classes sociais, especificidades do funcionalismo público e o lugar das universidades públicas na resistência e no contra-poder.

Druck explicou como a hegemonia da financeirização marca a atualidade, impondo uma lógica de individualismo, imediatismo, concorrência e precarização do trabalho. Uma lógica que leva à perda de identidade coletiva, a dificuldades na organização sindical e adoecendo o trabalhador.

“O momento que vivemos é muito difícil. Entre as alternativas, acredito que é fundamental construirmos uma rede de contra-poder, e a universidade é um espaço privilegiado para isso. Nós precisamos saber utiliza-lo. É necessário que a universidade tenha relações com os movimentos sociais para contribuir intelectualmente, mas também aprender com eles”, apontou Graça sobre o papel que o sindicalismo e a universidade podem cumprir.

Conforme as deliberações do 37º Congresso e do 63º Conad, o curso foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS) em parceria com a Regional Nordeste III do ANDES-SN. Diferente dos anos anteriores, o curso ocorreu em uma única etapa. A secretária geral do ANDES e uma das coordenadoras do GTPFS,
Eblin Farage, destacou que o curso é um importante momento de sínteses: “A formação política é um processo. Ela se dá desde participação nos congressos, reuniões até a entender a história do sindicato, da luta de classes e do movimento dos trabalhadores. Então esses cursos de formação são um momento de sínteses que nos ajudam a olhar o passado, ler melhor o presente e, portanto, planejar melhor o futuro”, explicou.

Os representantes da 1ª e 2ª vice-presidência da Regional Nordeste III, Luis Blume e Benedito Araújo, destacaram a importância do curso oferecer uma formação sindical diante da complexa conjuntura brasileira, principalmente aos novos professores que estão se aproximando do movimento sindical docente.


Fonte: ANDES-SN

Com edição da ADUA


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