Data: 14/09/2018
Centenas de servidores públicos federais, municipais e estaduais participaram da Marcha a Brasília em defesa dos direitos. Os servidores realizaram um ato, nesta quinta-feira (13), em frente ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG). Logo após, marcharam em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF). No ministério, as entidades se posicionaram a favor da valorização dos serviços e servidores públicos e pela revogação da Emenda Constitucional (EC) 95. A emenda, aprovada no final de 2016, limita os gastos sociais públicos até 2036.
Em sua fala, Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, afirmou que as reivindicações dos servidores públicos são legítimas. “Faltam recursos no orçamento para as instituições púbicas, mas não para salvar a dívida financeira das instituições privadas. Com conveniência do Congresso Nacional, esse governo ilegítimo aprovou programas como o Refis e retirou recursos de programas sociais para salvar a vida de banqueiros. Essa quadrilha se apropria do orçamento público e desvia boa parte do orçamento para pagar a dívida pública”, denunciou.
Durante o ato, uma comissão de representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) foi recebida por um representante do MPDG. “O governo nos recebeu, mas não deu uma reposta efetiva a pauta protocolada, no início do ano, pelos servidores públicos federais. Na ocasião foram alegadas restrições orçamentárias, diga-se EC 95, e o final do mandato do governo”, contou Antonio.
Ao final da reunião ficou acordado que o Fonasefe enviará um documento particularizando as principais demandas de cada categoria para o MPDG.
STF
Após a mobilização no ministério do Planejamento, os manifestantes marcharam até o Supremo Tribunal Federal (STF), onde ocorria a posse do novo presidente, Dias Toffolli. Os servidores reivindicaram, mais uma vez, a revogação da EC 95/16 e a instituição de uma data-base para os servidores públicos. Segundo Erlando Rêses, 3º tesoureiro do ANDES-SN, a mobilização dos servidores foi importante e significativa. “A marcha representou a nossa postura frente a uma posse de um novo presidente que, na verdade, não representa alteração nenhuma no status quo do judiciário. O poder Judiciário tem se mantido dentro do que denominamos ‘mais um braço do golpe’”.
Enquanto os servidores públicos estavam do lado de fora, sob forte sol, convidados chegavam ao STF em carros luxuosos para a posse de Toffolli. Roberto Kanitz, 3º secretário do ANDES-SN, descreveu o cenário como o “retrato do Brasil”. “Você tinha um grupo seleto de pessoas bem trajadas em carros luxuosos e, do outro lado, os servidores, reivindicando no mínimo uma isonomia”, criticou. O docente destacou como importante a adesão das entidades dos servidores.
As docentes Bianca Novaes e Fátima Pinel da Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (Aduff – Seção Sindical do ANDES-SN) participaram do ato. “Não podemos abandonar a luta pela revogação da EC 95 e da reforma Trabalhista. E continuar pressionando para que a reforma da Previdência não ocorra”, disse Bianca.
“Enquanto tivermos essa diferença salarial monumental, nós sempre seremos um país muito atrasado. Nós professores fazemos um trabalho importantíssimo no ensino, pesquisa, formação e cultura de uma nação e não temos espaço. O dinheiro está sobrando no país, é preciso fazer uma auditoria da dívida pública”, clamou Fátima.
Fonte: ANDES-SN
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