Data: 27/08/2018
Após pressão do movimento docente, a reitoria da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) divulgou na quarta-feira (23) o recuo do Governo do Estado na medida autoritária de corte dos salários. A informação é que uma folha suplementar será lançada até o dia 31 de agosto, reestabelecendo os valores cortados. Também no dia 23, os professores da Uneb discutiram em assembleia a situação. Ficou marcada nova assembleia para o dia 31 de agosto 2018, na qual a categoria irá avaliar medidas caso o pagamento da folha suplementar não se concretize.
No início da última semana, a coordenação da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb – Seção Sindical do ANDES-SN) convocou uma reunião com a reitoria, denunciando a arbitrariedade do governador Rui Costa (PT) e cobrando da administração central um posicionamento firme na defesa da autonomia universitária e dos direitos trabalhistas. Após essa reunião, a gestão da universidade acordou com o superintendente de Recursos Humanos da Saeb, Adriano Tambone, a criação de folha complementar para reposição dos dias descontados.
As demais Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) também denunciaram a medida através de uma nota de repúdio assinada pelo Fórum das ADs, que agrega as seções sindicais do ANDES-SN nas Ueba.
Governo “mãos de ferro”
O autoritarismo do governo Rui Costa atingiu 2063 docentes da Uneb. A medida visava punir os professores pela paralisação de 06 a 11 de agosto na qual, entre outros pontos, se protestava contra a ameaça de corte das passagens docentes.
De acordo com Sérgio Barroso, coordenador do Fórum das ADs, essa foi a primeira vez que o governo cortou o salário dos professores por conta de paralisação. “Já tivemos o nosso salário cortado durante greves, agora isso nunca ocorreu em situações de paralisação. Nem mesmo durante os governos carlistas. A política que o governo Rui Costa implementa, hoje, é de um duro ataque contra os trabalhadores e seu direito de organização sindical”, destacou.
A última vez que o Governo do Estado cortou os salários dos professores foi durante a greve de 2011, ainda no governo de Jaques Wagner (PT). Em 2003 e 2005, o governo Paulo Souto (DEM) também cortou o salário dos professores durante o movimento grevista. Na época, foram ajuizados mandados de segurança coletivos para assegurar o pagamento de salários.
Outras ameaças
Nos últimos dias, os técnico-administrativos das Ueba também foram ameaçados de descontos no pagamento. O motivo apontado pela circular nº 8 da Superintendência de Recursos Humanos foi a paralisação de 24h, no dia 16 de agosto, em protesto contra o silêncio do governo sobre a pauta de reivindicações da categoria.
Com edição de ANDES-SN. Imagem de Aduneb-SSind.
Fonte: Fórum das ADs |