Conselho de representantes da APUFPR debate nocividade dos agrotóxicos para a sociedade
Data: 16/08/2018
O Conselho de Representantes da APUFPR-SSind (CRAPUFPR) se reuniu, na noite da última terça-feira (14), para debater o tema A Luta Contra os Agrotóxicos, abordando o papel sociopolítico da alimentação e os impactos negativos da indústria de agroquímicos para o desenvolvimento da sociedade brasileira.
A discussão foi conduzida pelo docente Paulo de Oliveira Perna, do departamento de enfermagem da universidade e pela primeira-secretária da APUFPR-SSind, Marcia Marzagão Ribeiro, doutora em engenharia florestal.
O debate é primordial no mundo todo e particularmente necessário no Brasil, país que lidera o ranking de maiores consumidores de agrotóxicos. Em território nacional, o Paraná é o 2º estado que mais ingere frutas, legumes e verduras com resíduos de agroquímicos.
A presença significativa dessas substâncias na mesa da família brasileira representa uma cadeia de danos na saúde individual, na preservação ambiental e até mesmo na composição das contas públicas, uma vez que, graças à permissividade da legislação vigente, vários incentivos fiscais são oferecidos à indústria de agrotóxicos.
De acordo com dados do Tribunal de Contas da União (TCU), o Estado deixou de arrecadar cerca de R$ 7 bilhões entre 2011 e 2016 com os benefícios oferecidos aos produtores dessas substâncias.
Para Paulo de Oliveira Perna, a participação do movimento sindical no debate sobre agrotóxicos é importante porque a questão não é apenas individual, mas política. “Essa é uma discussão que não deve ser polarizada apenas entre profissionais e movimentos sociais, é uma luta de todos nós. Precisamos aprofundar o debate pensando, inclusive, em soluções para a produção de alimentos”, afirmou.
Após o debate, os docentes foram convidados para uma atividade complementar importante: um jantar feito exclusivamente com ingredientes orgânicos. A alimentação natural é tida como uma das principais alternativas aos produtos com agroquímicos.
“Precisamos ter comida produzida organicamente, principalmente alimentos não convencionais e da estação. Comer é um ato político”, defendeu Perna.