Data: 08/08/2018
As despesas com os docentes temporários e substitutos nas universidades estaduais do Ceará (Uece) e da Regional do Cariri (Urca) dobraram nos últimos cinco anos. O estudo “A análise do orçamento das Universidades Estaduais” relevou também que cerca de 30% dos docentes das instituições de ensino superior públicas do estado não são efetivos. O estudo foi feito pelas seções sindicais do ANDES-SN Sinduece, Sindiuva e Sindurca.
Segundo o levantamento, a Uece dispendia em 2012 R$ 8,66 milhões por ano para pagamento dos professores temporários e substitutos. Em 2017, esse valor pulou para R$ 16,7 milhões, um aumento de 88,51%. De acordo com o Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece – Seção Sindical do ANDES-SN), a diferença não se deu em função do aumento salarial, mas em decorrência do aumento das contratações de docentes temporários.
Na Urca, a situação é pior do que na Uece. Em 2012, a universidade destinava R$ 4,2 milhões aos docentes contratados por tempo determinado. Cinco anos depois, esse número subiu para R$ 10,7 milhões, um crescimento de 152,06%.
Os professores substitutos e temporários não têm direito ao Plano de Carreira do Grupo Ocupacional Magistério Superior (MAS) e, consequentemente, possuem salários inferiores e menos direitos quando comparados aos efetivos.
Condições de trabalho
A pesquisa mostra uma precarização das condições de trabalho dos docentes das universidades estaduais do Ceará. Na Uece, os docentes efetivos sofreram perdas salarias, nos últimos cincos anos, em 16,67%.
“Como não realiza concurso público, o governo Camilo tem optado em fazer esse tipo de contrato precário e com salário menor. Esse aumento de repasse aos professores temporários visto no orçamento da Uece não se deu em função de aumento salarial, mas por conta do aumento de vagas reais que não estão sendo preenchidas por concursados, e sim por docentes temporários”, explica Sâmbara Paula, presidente da Sinduece SSind.
Edição de ANDES-SN
Fonte e Imagem: Sinduece SSind.
Fonte: ANDES-SN |