Data: 07/08/2018
Os trabalhadores dos Correios dão início nesta terça-feira (7) à greve nacional da categoria. Em mais de 25 estados a paralisação está marcada para começar às 22h de hoje. Em outras bases, que não têm expediente nesse horário, a mobilização começa a partir da zero hora desta quarta-feira (8). A decisão pela paralisação está sendo confirmada em assembleias pelos trabalhadores.
A mobilização é resposta ao impasse nas negociações da Campanha Salarial. Após várias negociações, a empresa ofereceu a proposta rebaixada de 2,21% de reajuste, que corresponde a apenas 60% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O reajuste não cobre sequer as perdas da inflação do período que é de 3,68%.
Após anunciar lucro de R$ 667 milhões, em 2017, a direção dos Correios além de propor um índice de reajuste abaixo da inflação, também quer retirar direitos históricos dos trabalhadores, como vale-alimentação em períodos de licença médica por acidente de trabalho; diminuição no pagamento de adicional noturno; aumento de jornada de trabalho aos sábados sem pagar hora extra; rebaixamento da gratificação de férias, entre outros ataques.
No ano passado, a ECT gastou quase R$ 1 bilhão na contratação de empresas de consultoria e repassou outros milhões em patrocínios esportivos em modalidades pouco populares, mas que agraciavam amigos da direção política da empresa, como o squash e o rúgbi.
Mais da metade dos 106 mil funcionários é de carteiros, com salários médios de apenas R$ 1.600. É o salário mais baixo entre funcionários concursados de estatais.
Rumo à privatização
Os Correios também extinguiram cargos e estão contratando mão de obra terceirizada para não realizar novos concursos, além de fechar agências. A estatal já perdeu 20 mil funcionários nos últimos cinco anos.
A queda foi de 125,4 mil empregados em 2013 para os atuais 106 mil, um corte de 15,5%, que afeta diretamente o atendimento à população e as condições de trabalho dos ecetistas. Segundo declarações da própria empresa, a meta é chegar a apenas 88 mil funcionários.
Segundo o dirigente da Federação dos trabalhadores dos Correios (Fentect) e militante da CSP-Conlutas Geraldinho Rodrigues, todos os ataques fazem parte da ofensiva do governo Temer e da direção da empresa para privatizar os Correios. “Diante de tantos ataques, os trabalhadores estão com toda disposição de luta. Não vamos aceitar perder direitos e abrir mão dos Correios público e de qualidade”, afirmou.
Fonte: CSP-Conlutas
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