Data: 25/07/2018
Na segunda-feira, 23, a Biblioteca Professor José Roberto do Amaral Lapa, na Universidade de Campinas, suspendeu o atendimento ao público por falta de funcionários. A não contratação de profissionais tem sido um grave problema enfrentado pelo Centro de Memória Unicamp (CMU) nos últimos anos.
De acordo com notícia no site da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp - Seção Sindical do ANDES-SN), até janeiro de 2015, o Centro de Memória contava com 21 funcionários e 3 pesquisadoras. “Desde então, nove servidores se aposentaram, reduzindo a equipe a 13 profissionais e 2 pesquisadoras”, informa.
O texto diz que até “o presente momento, apenas uma dessas vagas foi reposta por meio de concurso público e as duas únicas bibliotecárias capacitadas para atender o público se afastam agora”. Ambas se dedicaram por quase 30 anos à construção e organização do acervo.
Criada em 1986, a Biblioteca do Centro de Memória teve como origem o acervo pessoal doado por João Falchi Trinca, que reuniu um grande conjunto bibliográfico sobre Campinas. No dia 25 de agosto de 2000, a biblioteca foi rebatizada, homenageando o professor José Roberto do Amaral Lapa, fundador do CMU, falecido poucos meses antes.
Voltada às áreas de ciências humanas e especializada em história regional, a Biblioteca do Centro de Memória integra o Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU). Trata-se da única biblioteca especializada na história de Campinas e região da universidade, cujo atendimento se estende à comunidade externa.
Além de garantir amplo acesso ao público, a Biblioteca do CMU realiza projetos de pesquisa e extensão, organiza exposições e eventos culturais. A biblioteca ainda tem publicações sobre a história e a cultura da cidade e ações voltadas para a preservação e divulgação da história regional.
Segundo a Adunicamp SSind., a reitoria da universidade foi sistematicamente informada que a não reposição de funcionários colocaria em risco o funcionamento da biblioteca. Em notas oficiais, publicadas nas semanas anteriores à suspensão do atendimento ao público, a reitoria informou que o Centro de Memória será preservado, mas que o acervo será distribuído entre as outras bibliotecas “que continuam abertas ao público”.
Para Rosaelena Scarpeline, uma das funcionárias que está se aposentando, “essa proposta mostra um desconhecimento completo das características do acervo do Centro de Memória”, informa a notícia da Adunicamp SSind. Ainda segunda a notícia, “a distribuição das peças em diferentes bibliotecas vai descaracterizar completamente o conjunto do acervo”.
Com informações do Centro de Memória Unicamp e da Adunicamp SSind.
Fotos: Adunicamp SSind.
Fonte: ANDES-SN |