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Docentes criticam precarização em Semana Nacional de Lutas das Estaduais e Municipais



Data: 29/05/2018


De 21 a 25 de maio, as seções sindicais do ANDES-SN nas Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) intensificaram as atividades de mobilização para marcar a Semana Nacional de Lutas, conforme deliberação do 37º Congresso do Sindicato Nacional, realizado em janeiro deste ano em Salvador (BA).

Na Bahia, a Semana Nacional de Lutas das Iees/Imes foi marcada por atividades culturais nas Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) em defesa da educação pública e contra o descaso do governador Rui Costa (PT) que há mais de 220 dias não se reúne com os docentes, negando aos professores o pagamento da recomposição salarial de 21,1% e a promoção, progressão e alteração de regime de quase mil docentes. Os docentes das Ueba realizaram uma série de atividades culturais e debates políticos.

Na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) foram debatidos o déficit orçamentário da universidade, a falta de autonomia universitária, o desinteresse do governo do estado em lutar pelos problemas da comunidade acadêmica e a ausência de eficazes políticas de assistência e permanência estudantil. Na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), docentes e estudantes denunciaram o descaso do governador da Bahia para com as demandas da comunidade acadêmica e recobraram o ânimo dos presentes para enfrentar os ataques aos direitos e o arrocho salarial, considerado, o maior dos últimos 20 anos.

Na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), docentes e estudantes fizeram falas sobre a conjuntura política nacional, a indisposição do governo Rui Costa para negociar e os cortes orçamentários nas Ueba. Houve também manifestações artísticas contra o machismo, o racismo e a lgbtfobia. Já na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), no dia 21, os docentes se uniram ao protesto dos funcionários terceirizados da limpeza contra o atraso no pagamento dos salários. Os terceirizados ficaram em greve do dia 14 a 22 de maio por conta do atraso no pagamento dos salários, vale-transporte e auxílio-alimentação.

No Pará, o Dia Nacional de Lutas dos docentes da Universidade do Estado do Pará (Uepa) foi unificado com os do Ensino Básico. A manifestação ocorreu em frente à Secretaria de Estado de Administração (Sead) e os docentes foram vítimas de truculência policial durante o ato público. Os docentes da Uepa estão em greve desde o dia 8 de maio por mais financiamento à universidade, reajuste salarial de 30% e garantia de direitos trabalhistas, e ainda pela falta de diálogo por parte do governo de Simão Jatene (PSDB).

Na Paraíba, no dia 23, os docentes da Universidade Estadual (Uepb) se organizaram no Fórum dos Servidores Públicos do Estado, onde foi realizada uma plenária com as demais categorias do funcionalismo público do estado para traçar estratégias de luta para a reposição salarial na sede do Sindicato dos Correios.

Os professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) realizaram, conjuntamente com estudantes e técnicos, no dia 24 de maio, o Dia em Defesa das Universidades Estaduais do Ceará. Eles realizaram uma aula pública expondo à sociedade cearense informações sobre o sucateamento das universidades estaduais e exigindo concurso público para efetivo por conta da defasagem de 454 professores - que tem prejudicado não apenas as condições de trabalho como a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão na universidade -, reposição salarial e contra a redução das bolsas estudantis.

Já os docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), a comunidade acadêmica reivindicou a garantia e ampliação do financiamento público nas instituições e contra a apropriação do fundo público pelo capital privado. No Piauí, no dia 21 de maio, docentes e estudantes da capital e do interior do estado, realizaram um dia de luta em defesa da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), por valorização da carreira docente e assistência estudantil.

As atividades na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) foram suspensas nos dias 23 e 24 de maio para publicizar a precariedade nos vários campi. A reitoria da Uemg indicou um déficit de R$ 14 milhões em 2018 e a necessidade de R$ 30 milhões para finalizar o ano letivo. Já os docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), de Minas, saíram vitoriosos e decidiram encerrar a greve da categoria, no dia 10 de maio, após mais de três meses de luta, com os qual os docentes conquistaram a nomeação de 31 professores aprovados no concurso público de 2014, a abertura de 128 vagas para novos concursos e a assinatura do acordo para criação da nova carreira dos docentes universitários mineiros.

Em São Paulo, os docentes das três universidades paulistas - USP, Unesp e Unicamp - realizaram assembleias e atividades de mobilização relacionadas à greve que será deflagrada nesta semana, conforme indicado pelo Fórum das Seis - que reúne as entidades sindicais de docentes e servidores técnico-administrativos e representações estudantis das três instituições. O indicativo de greve é uma resposta à proposta de reajuste salarial apresentada na quinta (17) pelos reitores das três instituições (Cruesp), de 1,5%.

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Segundo Caroline de Araújo Lima, 1ª vice-presidente da Regional Nordeste 3 do Sindicato Nacional e da coordenação do Setor das Iees/Imes, ressaltou que a semana de mobilizações foi importante para o movimento docente lutar por uma educação pública superior de qualidade e para radicalizar o movimento, tendo em vista o sucateamento das universidades estaduais.

“As seções sindicais do ANDES-SN cumpriram a agenda da Semana de Lutas das Iees/Imes, que é uma decisão congressual, e as universidades estaduais usaram essa agenda nacional para marcar seu posicionamento em defesa da educação pública superior, fazendo paralisações, mobilizações e atividades político-culturais. Os governos estaduais estão tratando o ensino superior nos estados como um gasto e não investimento, aprofundada, pela conjuntura da Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela os gastos por 20 anos e sucateando os serviços básicos a população”, disse.

Fonte: ANDES-SN


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