Data: 25/04/2018
Professores e alunos avaliarão adesão ao movimento, depois da realização de provas e trabalhos. Ocupação da reitoria continua
Em Assembleia realizada nesta terça (24), trabalhadores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram pela greve de concursados e terceirizados como protesto contra os cortes feitos no orçamento do Ministério da Educação (MEC) para o campus. Professores e estudantes, no entanto, ficaram de avaliar adesão ao movimento em nova assembleia a ser realizada na quinta-feira.
No mesmo dia está programado um ato público na Esplanada dos Ministérios em frente à sede do MEC, que se recusou a enviar representantes para debate sobre a situação da universidade, a qual acumula um déficit da ordem de R$ 93 milhões nas contas deste ano, em razão da redução de verbas por parte do governo.
Os estudantes ficaram de avaliar a possibilidade de postergar a paralisação deles para abril, para que não percam prazos de provas e trabalhos em execução, mas manifestaram apoio ao movimento. Em paralelo, um grupo de cerca de 300 estudantes iniciou, no último dia 12, a ocupação da reitoria, se revezando em acampamento no espaço.
Durante a assembleia, foi comunicado aos alunos, professores e trabalhadores que a reitora, Márcia Abrahão Moura, concordou em rever algumas propostas feitas para reduzir o déficit da entidade, como a demissão de cerca de 40% dos servidores terceirizados e a dispensa de aproximadamente mil estagiários.
A reitora adiou em mais 30 dias a dispensa dos estagiários, que aconteceria no próximo dia 30. Ela também ficou de estudar um modo de rever o modelo dos contratos de terceirização, para evitar as demissões. Por conta disso, serão realizadas, nos próximos dias, várias reuniões técnicas com empresas e terceirizados para avaliação de todos os documentos.
Paralisação
Com a decisão tomada na assembleia, a partir desta quarta-feira todos os serviços administrativos da universidade ficam paralisados, tais como portaria, limpeza e emissão de documentos. De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Maurício Sabino, cada categoria vai manter as atividades com o mínimo de funcionários determinado por lei.
A principal questão referente às dificuldades observadas na UnB, que também são observadas em outras universidades públicas, é a Emenda Constitucional que estabeleceu um teto para gastos públicos por período de 20 anos.
Fonte: Correio do Brasil |