Data: 20/03/2018
Os docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Minas Gerais, estão em greve há 50 dias para exigir do governo mineiro o cumprimento do acordo que encerrou, em 2016, uma greve de quatro meses dos docentes das universidades estaduais mineiras.
Na tarde desta terça-feira (20), o Comando de Greve da Unimontes irá se reunir com representantes do governo mineiro em Belo Horizonte para discutir, novamente, a pauta de reivindicações. Afrânio Farias de Melo, presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes – Seção Sindical do ANDES-SN), afirma que a pressão da greve já conquistou o pagamento do auxílio remuneratório, prometido pelo governo em janeiro, mas efetivado apenas a partir de março.
“O governo também disse que nomearia os docentes que foram aprovados em concursos anteriores e que abriria novos concursos públicos. No entanto, ainda temos muito a debater, como a incorporação de gratificações, pagamento de titulação e outros temas relacionados à carreira”, conta Afrânio. “Estamos firmes na greve e queremos conquistar nossos direitos”, completa o docente.
A Adunimontes-SSind entrou com ação na Justiça exigindo que o governo cumpra acordo celebrado em 2016, que pôs fim à paralisação naquele ano, depois de quatro meses. O documento tem 13 pontos, mas sua base é a reestruturação da carreira, precarizada ao ponto de o vencimento básico de um professor especialista com 20 horas semanais de trabalho ser de R$ 885,64.
Em 14 de março, Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, esteve em Montes Claros e participou da reunião ampliada do Comando de Greve. Eblin reafirmou todo o apoio do Sindicato Nacional à greve e informou aos docentes que uma Frente Nacional de Defesa do Ensino Superior Público seria lançada durante o Fórum Social Mundial, que estava sendo realizado em Salvador (BA). “Diante do desmonte que estamos presenciando, precisamos unir forças em defesa da universidade pública, e isso inclui, obviamente, a Unimontes”, disse a presidente do ANDES-SN.
Durante as discussões, os professores definiram estratégias de mobilização para a continuidade do movimento. Uma delas é a integração da Adunimontes-SSind à Frente Nacional de Defesa do Ensino Superior Público. O comando de greve também pretende realizar um dia de protesto na universidade, bem como a deflagração de uma campanha em favor da posse do reitor mais votado. O atual, João dos Reis Canela, foi reconduzido ao cargo em eleição realizada em 2014, mesmo não obtendo o maior número de votos.
Com informações e imagem de Adunimontes-SSind.
Fonte: ANDES-SN |