Data: 15/03/2018
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) e a Central sindical e Popular (CSP-Conlutas) se manifestaram sobre a morte da vereadora do PSOL, do Rio de Janeiro, Marielle Franco. A vereadora foi assassinada, na noite desta quarta-feira (14), na região central do Rio. A principal linha de investigação da polícia é de execução. O motorista do veículo em que ela estava, Anderson Gomes, foi atingindo por disparos e também morreu. Nada foi levado.
Marielle era socióloga formada pela Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Ela coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo (PSOL).
Em nota, a CSP-Conlutas fala de Marielle como uma “mulher negra, da favela, não se absteve de denunciar a violência contra negros e pobres”. A entidade afirma ainda que “seu assassinato é um ataque a todos e todas que lutam contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e contra a violência contra negros e pobres das favelas e das periferias”.
Já o ANDES-SN, afirma em nota que “Marielle Franco, mulher, negra, jovem moradora da Favela da Maré, estava sempre ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, construindo resistências e esperanças em seus corajosos enfrentamentos contra diversas formas de opressão. Sua atuação política inspirava a juventude carioca, que se via reconhecida em sua luta, em sua cor e em sua potência feminista”.
Leias as notas na íntegra:
ANDE-SN
A Diretoria do ANDES-SN lamenta profundamente a morte da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro, que foi brutalmente assassinada na noite desta quarta-feira, dia 14 de março, ao sair de uma atividade política no centro da cidade.
Manifestamos também imenso pesar pelo assassinato de Anderson Pedro Gomes, trabalhador que estava conduzindo o veículo que transportava a vereadora no momento que foi violentamente atacada. Colocamo-nos, solidariamente, ao lado de seus familiares, amigas e amigos, neste momento de muita dor e pesar.
Marielle Franco, mulher, negra, jovem moradora da Favela da Maré, estava sempre ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, construindo resistências e esperanças em seus corajosos enfrentamentos contra diversas formas de opressão. Sua atuação política inspirava a juventude carioca, que se via reconhecida em sua luta, em sua cor e em sua potência feminista.
A luta pelos direitos humanos, incluindo a denúncia da violência policial no estado do Rio de Janeiro, era uma das bandeiras empunhadas por Marielle Franco, e o ANDES-SN manifesta grande preocupação a respeito desta tragédia, que ocorre no momento em que há um aumento da militarização do estado do Rio de Janeiro, o qual se encontra sob autoritária intervenção das forças armadas.
Assim como as lutas encampadas pelo ANDES-SN sempre encontravam com Marielle pelas ruas da cidade, o nosso luto por Marielle deverá ser transformado em resistência e luta em sua homenagem e respeito.
O assassinato de Marielle representa também o extermínio da população negra, das mulheres e moradoras de favela.
Não vão nos calar! Por Marielle e todas as mulheres negras, pobres e faveladas que são exterminadas pela quadrilha no poder a serviço do capital.
Marielle, presente!
Anderson, presente!
#MariellePresente #AndersonPresente
CSP-Conlutas
Marielle Franco, do PSOL, a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro, foi assassinada na noite desta quarta-feira (14). Mulher negra, da favela, não se absteve de denunciar a violência contra negros e pobres.
Essa semana postou no Facebook “Somos todos Acari. Parem de nos matar”.
Seu assassinato é um ataque a todos e todas que lutam contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e contra a violência contra negros e pobres das favelas e das periferias.
A CSP-Conlutas se solidariza com as companheiras e companheiros do PSOL, com os familiares e amigos de Marielle e de seu motorista e com os que lutam no Rio de Janeiro.
Exigimos imediata investigação do crime, punição dos criminosos e o fim da intervenção militar no Rio de Janeiro.
Marielle Franco, presente!
Foto: Ninja
Fonte: ADUA com informações do ANDES-SN e da CSP-Conlutas |