Data: 08/03/2018
Centenas de mulheres foram às ruas em Manaus para protestar contra o machismo, a exploração e a ainda gritar contra a retirada de direitos implementada pelo governo federal, com apoio do Legislativo e do Judiciário brasileiro. Durante a marcha, que percorreu as principais ruas do Centro da capita, o grito “Fora Temer” ecoou várias vezes, após contundentes falas de valorização da luta feminina pelas liberdades individuais e pelos direitos duramente conquistados.
Chamado de “Paralisação Internacional das Mulheres: perdas de direitos? Eu não aceito!”, o ato teve início por volta das 15h, na Praça da Saudade, com a concentração de líderes de movimentos sociais, fóruns, ativistas, organizações sindicais, estudantes e coletivos feministas do Amazonas. Ao som da música e da arte do Maracatu Baque Mulher, elas ressaltaram o esforço que as mulheres têm feito para conquistar espaço em uma sociedade predominantemente machista e o que ainda pode ser feito a partir do protagonismo feminino.
Para a 1ª secretária da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), professora Kátia Vallina, a data deve ser lembrada como um dia de luta. “Historicamente esse é um dia de greve, pois representa a nossa luta na conquista de direitos. Mais do que nunca temos que estar juntas e fortalecidas para combater todo tipo de retrocessos que têm atacado sobremaneira as mulheres, a exemplo da proposta de Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista”.
A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas (Sintesam) Ana Grijó lembrou da necessidade de retomar o sentido dessa data mundialmente conhecida. “Essa é a data em que devemos retomar o significado do Dia Internacional da Mulher para protestar e reivindicar direito, lembrando o primeiro deles o sufrágio. Nos dias atuais, no Brasil, direitos duramente conquistados estão sendo retirados pelo governo e, nessa conjuntura, quem mais sofre é a mulher, principalmente quando há aumento da opressão e da violência”, disse.
Antes de saírem em marcha, várias líderes de movimentos sociais fizeram uso da palavra em um carro que levava bandeiras, a principal delas a exigência de respeito às causas da mulher. “Nós queremos participar dos espaços de poder e de decisão porque juntas podemos muito mais. Viemos exigir justiça, mais participação e, principalmente, que esse governo descompromissado com nossas pautas recomece a discutir políticas públicas para mulher”, destacou a presidenta nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Santos.
A marcha das mulheres abriu espaço para muitas vozes, ganhou apoio de trabalhadoras e trabalhadores do centro comercial e, após um percurso de aproximadamente dois quilômetros, encerrou no Largo São Sebastião.
Fonte: ADUA |