Data: 12/01/2018
O velho discurso de que mobilização não dá em nada caiu por terra, mais uma vez, no Rio Grande do Norte, onde trabalhadores de diversas categorias impediram a votação de um conjunto de medidas enviadas pelo governador Robinson Faria (PSD) à Assembleia Legislativa do Estado. Servidores públicos, entre eles docentes da Universidade do Estado do RN (Uern), fizeram forte pressão nesta quinta-feira (11) contra o “pacote de maldades” de Faria, que segue a mesma lógica do governo Temer.
“Saímos hoje de nossas casas para dizer que a Assembleia não vai votar este pacote que acaba com o serviço público. Voltamos pra casa com o sentimento de dever cumprido e que só a luta a resistência podem nos garantir vitórias. Se a votação vier terça, quarta, quinta, vamos estar aqui e tenho certeza que será muito maior” destacou a presidenta da Associação dos Docentes da Uern (Aduern Seção Sindical do ANDES-SN), Rivânia Moura.
O protesto ocorreu pela manhã, quando os manifestantes cercaram as quatro entradas da Assembleia Legislativa e inviabilizaram o acesso dos deputados ao local. Durante a manifestação, houve enfrentamento com a polícia militar, que utilizou os mesmos métodos para dispersar a mobilização: uso de bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Mas, os trabalhadores resistiram. No início da tarde, um grupo de parlamentares negociou com as categorias e garantiu que, pelo menos por hora, a votação seria suspensa.
O pacote de maldades do governo estadual prevê, entre outras medidas, um aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14% e o fim de promoções e progressões na carreira. O projeto foi enviado aos deputados estaduais como suposta forma de amenizar a crise econômica vivenciada pelo RN.
Os principais itens do pacote fiscal enviado pelo Governo do RN para a assembleia em muito se assemelha àquelas medidas impostas pelo governo federal: projetos que estabelecem regime fiscal de 20 anos, instituem previdência complementar, concedem oportunidade de renegociação de dívidas decorrentes de empréstimos e outros que retiram direitos dos trabalhadores.
*Com edição da ADUA
Fonte: Aduern SSind. |