Data: 14/12/2017
Em mais um ataque às liberdades democráticas, a professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e 2ª vice-presidente da Regional Nordeste 1 do ANDES-SN, Sirliane Paiva, está respondendo a uma sindicância da universidade devido a uma postagem em uma rede social.
A Associação de Professores da UFMA (Apruma) divulgou nota de solidariedade à docente. No texto, a seção sindical ressalta que “não permitiremos que seja tolhida, ainda mais no ambiente acadêmico, o direito à crítica, quando esta não ofender a honra, não caluniar, não difamar ou causar qualquer atentado à dignidade da pessoa humana – o que não está definitivamente em jogo neste caso, já que ninguém é citado, limitando-se a professora a manifestar indignação contra condutas que considera inaceitáveis na sociedade”.
Confira a nota da Apruma na íntegra:
EM SOLIDARIEDADE À PROFESSORA SIRLIANE PAIVA
A Diretoria da Apruma Seção Sindical vem a público manifestar a mais irrestrita Solidariedade à professora Sirliane de Souza Paiva, docente de nossa base e ocupante da segunda vice-presidência da Regional Nordeste 1 do ANDES Sindicato Nacional, que vem respondendo à Sindicância no âmbito da Universidade Federal do Maranhão por manifestar-se em página pessoal na Internet.
A ação orquestrada contra a professora Sirliane é inaceitável por diversos motivos, entre estes o fato de nos remeter a um tempo não tão distante, mas obscuro, na História da Universidade Federal do Maranhão, quando esta Seção Sindical teve de lutar contra a demissão sumária de professor que havia se manifestado em seu espaço pessoal numa rede social. Não permitiremos que seja tolhida, ainda mais no ambiente acadêmico, o direito à crítica, quando esta não ofender a honra, não caluniar, não difamar ou causar qualquer atentado à dignidade da pessoa humana – o que não está definitivamente em jogo neste caso, já que ninguém é citado, limitando-se a professora a manifestar indignação contra condutas que considera inaceitáveis na sociedade.
Além disso, sua vida de militância lhe permite fazer avaliação a partir daquilo que defende e acredita, e o simples fato de essa Sindicância perdurar, tendo Sirliane de se submeter a prestar depoimento sobre registros feitos em rede social, é uma ameaça ao espaço da crítica, que deveria ser estimulada, e não sufocada, como aconteceu no último dia 31 de outubro de 2017, quando a professora teve de comparecer à Universidade para, em vez de dar andamento às suas atividades, prestar depoimento sobre a situação. Nessa ocasião, como não poderia deixar de ser, vários docentes a acompanharam, em solidariedade.
Por fim, a APRUMA-SS solidariza-se com a professora e segue acompanhando o caso que, mais que a defesa de uma só pessoa, é, também, a defesa da razão de ser da Universidade, que muito difere da censura e do cerceamento da livre manifestação do pensamento.
Fonte: ANDES com edição da ADUA |