Data: 15/12/2017
Integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em unidade com outros movimentos sociais e populares, estão em greve de fome contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16 - da Contrarreforma da Previdência -, que altera regras da aposentadoria e vem assombrando tantos os trabalhadores. Os protestos ocorrem em diversos pontos do país com o intuito de se contrapor a articulação de lideranças partidárias que planejam a retomada da tramitação da PEC na Câmara dos Deputados.
No dia 5 de dezembro deste ano, trabalhadores ocuparam um dos corredores do Anexo 2 da Câmara e iniciaram a greve de fome. A última refeição ocorreu às 7h30 e, desde então, o grupo toma apenas água e soro. Os seis manifestantes solicitaram uma audiência com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para pedir a retirada da PEC da pauta do Congresso.
Em Teresina (PI), dois trabalhadores rurais também aderiram à greve de fome na última terça-feira (12), no saguão do aeroporto Senador Petrônio Portella, somando-se ao movimento. Em Vitória (ES), quatro trabalhadores iniciaram uma greve de fome, no último dia 13, na Assembleia Legislativa contra a Reforma da Previdência. Em Belém (PA), lideranças de movimentos sociais e das centrais sindicais estão em vigília, em frente ao INSS, desde as 9h da também desde quarta-feira. Seis pessoas já aderiram à greve de fome.
No Rio Grande do Sul, movimentos sociais, representações sindicais, ordens religiosas e segmentos populares iniciaram, no dia 13, em Porto Alegre, ciclos de jejum contra a Reforma da Previdência. No interior, na cidade de Canguçu, quatro militantes da base do MPA estão em greve de fome desde o dia 11 de dezembro.
Em Sergipe, na Assembleia Legislativa, quatro militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores aderiram, no último dia 10, a greve de fome em repúdio a proposta. Ainda ocorre greve de fome nos Estados de Santa Catarina, Roraima, Bahia, Goiás e Alagoas.
O MPA representa mais de 300 mil famílias camponesas de todo o país e tem chamado a atenção da sociedade sobre os efeitos da PEC 287, que propõe como regra- além da idade e do tempo de trabalho-, 180 contribuições mensais individuais, médias de 15 anos, para que o trabalhador do campo acesse o benefício da aposentadoria.
Nos últimos dias, o Movimento tem recebido manifestações de apoio e solidariedade de diversas entidades nacionais e internacionais, movimentos sociais e populares, parlamentares de oposição, entre outros. O Fórum das Entidades Nacionais do Serviço Público Federal (Fonasefe), em reunião realizada no último dia 12, divulgou uma moção de apoio e solidariedade aos trabalhadores em greve de fome. Leia abaixo:
“O Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) presta solidariedade aos companheiros e companheiras do Movimento de Pequenos Produtores (MPA) que há 8 dias estão em greve de fome como forma de protesto contra a aprovação da Reforma da Previdência. Um ato extremo que demonstra a perversidade dessa contrarreforma do governo Temer que tem o intuito de beneficiar os fundos de pensão privado, o mercado e não deixar que o trabalhador se aposente”.
Fonte: MPA e ANDES com edição da ADUA |