Data: 11/12/2017
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) divulgou uma nota em repúdio a operação da Polícia Federal realizada, no último dia 6, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A entidade afirma, ainda, que a ação fere direitos fundamentais das pessoas e é parte de uma tentativa de desmonte do Estado brasileiro, atacando o serviço público, bem como os servidores dessas instituições.
Na ocasião, oito dirigentes e servidores da UFMG e da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento de forma coercitiva na sede da PF em Belo Horizonte (MG). Entre as pessoas coagidas estavam o reitor Jaime Arturo Ramirez e a vice-reitora Sandra Regina Goulart Almeida, além do presidente da Fundep Alfredo Gontijo de Oliveira.
“Os ataques às Universidades Públicas vão desde os sucessivos cortes e/ou contingenciamento de verbas, perseguição à(o)s que lutam, imposição de cerceamento da liberdade de expressão de professore(a)s, propaganda enganosa buscando desmoralizar o(a)s servidore(a)s e criminalizar o movimento sindical. Durante o ano de 2017, tivemos vários casos de ações arbitrárias proferidas pela justiça e/ou Ministério Público, que impetram ações espetaculosas, como a condução coercitiva, em explícita tentativa de desmoralização da Universidade Pública”, diz a nota do ANDES.
Diversas entidades, intelectuais, movimentos sociais e membros da comunidade acadêmica vêm manifestando repúdio a exposição de pessoas à execração pública e a uma condenação social prévia, como também apoio e solidariedade aos servidores.
A operação batizada de Esperança Equilibrista investiga supostos desvios de recursos públicos na implantação do Memorial da Anistia Política - projeto financiado pelo Ministério da Justiça e executado pela UFMG, intermediado pela Fundep, fundação privada dita de apoio.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal, também divulgou nota sobre a operação da Polícia Federal na UFMG e fez uma crítica ao “uso exagerado das medidas coercitivas, especialmente, no ambiente da academia, a qual goza de autonomia constitucional”.
Fonte: UFMG e ANDES-SN com edição da ADUA
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