Data: 06/12/2017
Mesmo com o recuo das principais Centrais Sindicais foram realizados, neste dia 5 de dezembro, atos em vários Estados brasileiros. Apesar da cúpula destas Centrais terem puxado o freio de suas bases, a Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas) manteve o chamado às entidades filiadas para mobilizações contra a Reforma da Previdência. Alguns dos destaques deste dia de luta foram Aracaju (SE) e São Luís (MA), que se rebelaram contra a orientação das centrais e realizam greves e mobilizações massivas.
Em Aracaju teve Greve geral. Transportes, agências bancárias, comerciários, petroleiros entre outras categorias aderiram em peso. Travamentos de avenidas também foram realizados. Em São Luís, houve fechamento do acesso ao porto do Itaqui, na BR 135, que dá acesso à ilha, e da barragem do Bacanga, próximo à Universidade Federal. O trânsito ficou congestionado na BR e gerou engarrafamento de mais de 10 quilômetros.
Após os atos desta manhã na capital, várias categorias dirigiram-se aos locais de trabalho para prosseguir atividades da greve, como aconteceu no Instituto Federal do Maranhã (IFMA) Monte Castelo, e também com os servidores da Justiça Federal, que realizaram um ato na Seção Judiciária do Maranhão. Houve atos ainda na Justiça do Trabalho. Ocorreram atos também nas cidades de Imperatriz, a segunda maior do Estado, e Chapadinha.
Em São Paulo (SP), houve um ato na Av. Paulista com a participação de entidades filiadas entre as quais Sintusp, Sintrajud, Luta Popular, Sindicato dos Metroviários de SP, Quilombo Raça e Classe, Movimento Mulheres em Luta, Anel, Oposição Apeoesp, entre outras. A CSP-Conlutas reafirmou seu chamado contra a Reforma da Previdência e a orientação de que para combate-la é preciso uma greve geral.
Em São José dos Campos (SP), metalúrgicos realizaram assembleias e passeatas. Trabalhadores da GM, Parker Filtros, Friuli e Panasonic repudiaram em assembleia a proposta que, na prática, vai acabar com o direito à aposentadoria para milhares de trabalhadores. Também houve assembleias de outras categorias, com protestos dos petroleiros na Revap (Petrobras) e químicos na Johnson & Johnson. Em Jacareí, os trabalhadores do setor de alimentação também se manifestaram na Ambev, contra a reforma.
No Rio de Janeiro, pela manhã, os protestos ocorreram nos bairros, fábricas e ruas, e à tarde no centro do Rio. Cerca de 3 mil manifestantes se reuniram na Candelária, de onde partiram pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Em Niterói (RJ), manifestantes realizam ato em frente ao Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (UFF), contra a Reforma da Previdência e em defesa da saúde pública. Em Minas Gerais, houve ato em Contagem, São João Del Rei e ato unificado em Belo Horizonte. Metalúrgicos de São João del Rei integraram esse dia de protestos e realizaram assembleia nas fábricas da região.
Em Belém (PA), pela manhã, teve panfletagem dos petroleiros em frente à sede da Petrobrás, panfletagem na Universidade do Estado do Pará (UEPA) e ato na Praça da República. Em Fortaleza (CE), operários de canteiros de obras da região participaram do dia de luta e realizaram assembleias. Em Salvador (BA), houve “trancaço” na região do Iguatemi. Em Teresina (PI), houve protesto em frente as sedes do INSS, da prefeitura e do governo estadual. A manifestação foi encerrada na Avenida Frei Serafim. Já no Recife (PE), o ato tomou as ruas da cidade apontando a necessidade de unidade para derrotar a Reforma da previdência, reverter a reforma trabalhista e pôr para fora Temer e todos os corruptos.
Em Porto Alegre (RS), após concentração nas proximidades da estação rodoviária da cidade, trabalhadores de diversas categorias se deslocaram até o prédio do INSS, em manifestação que contou com participação massiva da base da CSP-Conlutas. Em Florianópolis (SC), também foi dia de luta contra Temer e suas reformas. O ato ocorre no Terminal de Integração de Ônibus, no centro da capital catarinense.
Para o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnagoras Lopes, fez duras críticas ao recuo das Centrais. “Todos nós aqui estávamos preparando nossas bases para uma poderosa greve geral no dia de hoje e não está correto que a greve geral tenha sido desmarcada. Nós temos que entre nós ter fraternidade e também fazer a autocrítica, não tem como derrotar a Reforma da Previdência se não for com Greve Geral. Não se trata de uma luta da CSP-Conlutas, da CTB, do peão da obra ou do funcionário público é de todos nós em defesa da Seguridade Social. É preciso chamar atenção das centrais, tá errado ter desmarcado a greve geral isso favorece o Temer e a quadrilha do Congresso Nacional”, afirmou.
Fonte: CSP-Conlutas com edição da ADUA |