Data: 05/12/2017
A Praça Heliodoro Balbi, no centro de Manaus, foi palco de uma forte mobilização, nesta terça-feira (5), Dia de Greve Geral, destinado a pressionar os deputados federais a votarem contra a Reforma da Previdência (PEC 287/2016), na Câmara, em sessão prevista para ocorrer nesta quarta-feira (6).
O grupo de manifestantes, composto por professores da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), membros da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), do Movimento Luta Popular (MLP) e de movimentos sociais e estudantis fez questão de manter a mobilização e reforçar a importância da unidade na luta contra os ataques praticados pelo governo ilegítimo de Michel Temer, mesmo após seis centrais sindicais (CUT, CSB, CTB, Força Sindical, UGT e NCST) terem desmarcado as manifestações em âmbito nacional, sem consulta às bases, com a justificativa de que a votação da reforma seria adiada, o que não foi até agora comunicado oficialmente pelo Congresso.
Considerada uma das propostas mais prejudiciais para a classe trabalhadora, a Contrarreforma da Previdência impõe novos limites aos trabalhadores, entre eles estender o tempo de contribuição e aumentar percentuais da alíquota, gerando prejuízos mesmo a quem já atende aos requisitos necessários para aposentar-se, devido a exclusão do grupo de transição do projeto. Frente este cenário de retirada de direitos, reforçado ainda por outras medidas como o projeto Escola Sem Partido (PLS 193/2016), mais conhecido como Lei da Mordaça, a contrarreforma do Ensino médio (MP 746/2016), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55), que limita por 20 anos os gastos primários, o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), a Lei das Terceirizações e a Reforma Trabalhista, a classe trabalhadora avalia não ser possível abrir mão da luta pela manutenção dos direitos duramente conquistados após a redemocratização brasileira.
Para a 1ª secretária da ADUA, professora Kátia Vallina, a Greve Geral do dia 5 de dezembro tem o objetivo de mostrar ao Congresso que o servidor público federal não apoia a Reforma da Previdência. “A ideia é dar o recado de que o parlamentar que votar a favor da reforma, não volta para o Congresso. O nosso ato está sendo puxado pela CSP-Conlutas e, nacionalmente, em todas as grandes capitais, estão sendo programados atos públicos, tanto pela manhã quanto a tarde”, afirmou.
Empunhando cartazes e faixas e proferindo palavras de ordem os manifestantes convocaram quem passava pelo centro da capital para somarem esforços no combate ao pacote de maldades do governo federal. Dirigente nacional do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Williams Vieira, chamou a atenção para o risco iminente do fechamento de escolas e universidades públicas por falta de recursos e as longas filas nos serviços de saúde que diariamente contribuem para a morte de trabalhadores.
“Chegando o final do ano, eles estão preparando a Reforma da Previdência que vai acabar com a aposentadoria do trabalhador. Afirmam ser necessário cortar privilégios, mas o próprio presidente se aposentou aos 55 anos de idade e ganha R$ 45 mil. O ministro da Casa Civil afirma ser preciso cortar dinheiro da população, mas se aposentou aos 53 anos de idade e tem proventos de R$ 20 mil”, criticou.
Os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), que nesta terça-feira completam 22 dias paralisados também estiveram presentes na Praça da Polícia para somar forças, segundo a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Amazonas (Sintesam), Ana Grijó. “A nossa presença aqui na praça mostra a resistência na Ufam. Nós temos o papel de resistir, denunciar e nos contrapor as medidas da política atual e principalmente contra a Reforma da Previdência. Apesar de toda a luta o governo ainda persiste tentar comprar os deputados, inclusive fazendo uso de jantares para garantir que haja votação ainda neste ano”, disse.
Parintins
A mobilização para barrar a Contrarreforma da Previdência acontece também nos demais campi da Ufam. No Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), em Parintins, uma panfletagem no campus, entre as 7h30 e 9h30, deu início às atividades do Dia de Greve Geral. No total, 400 panfletos foram distribuídos a comunidade acadêmica com o objetivo de mostrar os malefícios da proposta.
No município, as atividades continuam no período da tarde com uma grande concentração, a partir das 17h, em frente à praça da Catedral, na Avenida Amazonas. Na ocasião, além da distribuição de panfletos, os manifestantes esclarecerão a população através de falas sobre os ataques impostos pelo governo no setor da Educação, Saúde e Seguridade Social.
Fonte: ADUA |