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Greve geral: professores da Ufam decidem paralisar as atividades dia 5 de dezembro



Data: 29/11/2017

Em Assembleia Geral (AG) realizada nos campi de Benjamin Constant, Coari, Humaitá e Manaus, os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiram juntar-se às demais categorias da classe trabalhadora e paralisar as atividades no dia 5 de dezembro, em uma greve geral que deve parar o país na próxima semana. A categoria avaliou que os trabalhadores não podem abrir mão de lutar por direitos duramente conquistados após a redemocratização brasileira e, por isso, vão engendrar esforços para combater os retrocessos impostos pelo governo Temer por meio de contrarreformas.

A data foi proposta pelas centrais sindicais como forma de chamar a atenção da sociedade para a Reforma da Previdência, prevista para entrar em regime de votação no Congresso Nacional no dia 6 de dezembro. Considerada uma das propostas mais nefastas para a classe trabalhadora, a Reforma da Previdência vai impor novos limites aos trabalhadores, como estender o tempo de contribuição e aumentar percentuais da alíquota, gerando prejuízos mesmo a quem está prestes a aposentar-se, pois foi excluído da proposta o grupo de transição.

Na avaliação dos dirigentes sindicais, o novo texto da contrarreforma da Previdência insiste no ataque aos direitos dos trabalhadores e continua se configurando como um retrocesso sem precedentes, que culminará com o fim do direito à aposentadoria no país. A CSP-Conlutas, central à qual a ADUA é vinculada, endossa a necessidade de esclarecer os trabalhadores sobre o caráter nefasto dessa e de outras reformas.

“O discurso e a campanha que o governo vem fazendo para enganar a população é de que existe um déficit na Previdência. Mas, vários institutos de pesquisa ligados ao próprio governo federal já demonstraram que a Previdência não é deficitária. Esse é um ataque inadmissível ao direito do trabalhador!”, afirmou a 1ª secretária da ADUA, professora Kátia Vallina, durante a condução dos trabalhos na AG em Manaus.

A docente fez questão de mencionar os outros itens do “pacote de maldades” do governo Temer, destacando que a classe trabalhadora tem muitos motivos para parar e enfrentar essas propostas. “A proposta de demissão de servidor por insuficiência, o programa de demissão voluntária, o adiamento de reajustes acordados com várias categorias, o aumento da contribuição previdenciária, a cobrança de mensalidade nas universidades públicas, cortes orçamentários intensificados no governo Temer são alguns dos exemplos dessa agenda regressiva”, destacou.

Por isso, em todas as falas na AG, os participantes ressaltaram que os trabalhadores brasileiros estão dispostos a fazer desse novo dia de greve geral uma data de luta intensa, como ocorreu nos dias 28 de abril e dia 10 de novembro deste ano, caso o governo federal não recue na política de retirada de direitos da classe trabalhadora.

Fora da sede

A instância deliberativa dos professores do Instituto Natureza e Cultura (INC), unidade acadêmica da Ufam em Benjamin Constant, instalada nesta terça (28), os professores daquele campus decidiram aderir à greve geral do dia 5 de dezembro, com a ressalva de que as provas finais e apresentações de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) marcadas para o dia de paralisação serão mantidas.

Já no Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB), unidade acadêmica da Ufam em Coari, os docentes também decidiram, por ampla maioria, aderir ao movimento paredista da classe trabalhadora e suspender as atividades no dia 5 de dezembro, em um amplo movimento contra as reformas e em defesa de direitos.

No Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente (IEAA), campus da Ufam em Humaitá, a categoria aprovou também adesão à greve geral e já definiu os encaminhamentos. Os professores vão contatar outras categorias e organizar um debate, às 9h, do dia 5, seguido de panfletagem pela cidade, para dar conhecimento à população sobre os prejuízos das reformas. À tarde, a classe trabalhadora se concentrará na Praça da Saúde, onde haverá um ato público.

37º Congresso

Além da adesão à greve geral, a AG da ADUA definiu a delegação, formada por 11 nomes, que vai representar a categoria no 37º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). O evento, instância máxima de deliberação da categoria docente, acontecerá de 22 a 27 de janeiro, em Salvador (BA), com o tema central “Em defesa da educação pública e dos direitos da classe trabalhadora. 100 anos da reforma universitária de Córdoba”.

A delegação da ADUA é formada por oito delegados, sendo um deles pela diretoria e outros sete eleitos pela base – nomes já definidos na AG. De fora da sede, foram eleitos os professores Solano da Silva (Benjamin Constant), Priscila Mendes (Coari) e Leonardo Dourado (Humaitá). Integram a delegação os professores Tomzé Costa, Isaac Lewis, Belizário Neto e Alcimar Oliveira, todos de unidades acadêmicas da capital. A AG decidiu ainda eleger três observadores para participar da instância deliberativa: as docentes Ana Lúcia Gomes e Ana Cristina Martins e o professor Jorge Barros.

Fonte: ADUA



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