Data: 30/10/2017
Por unanimidade, os professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) decidiram aderir ao Dia Nacional de Lutas, Mobilização e Paralisação marcado para o dia 10 de novembro. A decisão foi tomada pela categoria em Assembleia Geral realizada, nesta segunda-feira (30), na sede da Associação dos Docentes da Ufam (ADUA). O ato nacional irá ocorrer na véspera da entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), sancionada pelo presidente Michel Temer.
No dia 10 de novembro, trabalhadores de todo o país pretendem gritar pela revogação da Reforma Trabalhista e da Emenda Constitucional (EC) 95/17, que congela por 20 anos os investimentos públicos, e também reforçar o posicionamento contra a Reforma da Previdência e o Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Em Manaus, a Frente de Lutas Fora Temer, da qual a ADUA faz parte, está programando um ato público para o período da tarde, que deve ser realizado no Centro da capital.
A data vem sendo construída por entidades sindicais, movimentos sociais e populares como mais um dia para chamar a atenção da sociedade para todos os retrocessos que vêm sendo implementados pelo governo Temer, com apoio do Legislativo e do Judiciário. “Está em curso um conjunto de medidas que aniquila os serviços públicos e, portanto, gera consequências para a população que depende desses serviços”, disse o presidente da ADUA, professor Aldair Andrade.
O 1º vice-presidente da Regional Norte 1 do ANDES-SN e professor do departamento de Serviço Social da Ufam, Marcelo Vallina, alertou que a educação já está com sérios problemas em virtude do estrangulamento financeiro. “Qualquer um que se der ao trabalho de olhar no site da Ufam poderá verificar que os recursos para investimentos e custeio são escassos na previsão orçamentária de 2018”, alertou, reforçando que a EC 95 já trará impactos no início do próximo ano.
Agenda de Mobilizações
Durante a Assembleia Geral desta segunda-feira (30), os professores da Ufam aprovaram uma série de atividades para ajudar no esclarecimento da comunidade acadêmica. As ações de combate à agenda regressiva de Temer já iniciam nesta quarta-feira (1º), quando será realizada uma reunião ampliada dos trabalhadores, no Sindicato dos Metalúrgicos, que definirá a metodologia do ato do dia 10 de novembro.
No dia 7 de novembro, às 16h, os professores participam de uma de discussão sobre os impactos dos ataques do governo federal para a universidade. Para os docentes que atuam no setor Norte do Campus Universitário, o encontro será no hall do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), antigo ICHL. Já para os professores que atuam no setor Sul, o ponto de encontro é a Faculdade de Educação Física e Fisioterapia (Feff). Na quarta-feira (8), haverá um debate na sede seção sindical às 15h, sobre a conjuntura nacional e os desdobramentos da retirada de direitos. Nesse dia, também será comemorado o aniversário da ADUA, que completou 38 anos no último dia 28 de outubro.
Para o professor do Departamento de Ciências Sociais e ex-presidente da ADUA, Antônio Neto de Oliveira, o Dia Nacional de Lutas é uma oportunidade de os trabalhadores mostrarem sua força e descontentamento com a política que aprofunda o fosso social no Brasil. “Essa luta não termina agora, pois trata-se de um ataque muito profundo. Não há outra saída senão a classe trabalhadora lutar”, disse.
A definição do Dia Nacional de Lutas foi uma das resoluções da plenária nacional em defesa dos direitos dos trabalhadores, que ocorreu em setembro, em São Paulo (SP), com a presença de cerca de 1,5 mil metalúrgicos. A realização da data teve a adesão reafirmada, de forma unânime, no início deste mês de outubro, em Sumaré (SP), pelos quase 2 mil participantes do 3° Congresso da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), evento que teve a presença de representantes das seções e dirigentes do ANDES-SN, incluindo quatro representantes da ADUA.
Fonte: ADUA |